Criado em outubro de 1995, o GigaPIX é aquilo que se denomina como um Internet exchange point: um ponto neutro de troca de tráfego entre diferentes operadores que tem por missão permitir que as várias redes IP se interliguem entre si de forma mais eficiente.

Entre as principais vantagens de uma estrutura deste género estão a redução de custos, a mitigação da latência (atraso) e a utilização de largura de banda. Na prática, a sua existência permite que o tráfego entre dois pontos da Internet, que precisaria de percorrer muitas máquinas ligadas à rede, possa percorrer o caminho mais curto e mais controlado.

“Numa frase: é uma infraestrutura que facilita a interligação entre operadores”, define Carlos Friaças, especialista da unidade na FCCN, que defende que os pontos neutros de troca de tráfego são de uma importância "gigantesca". Se não existissem, “o tráfego com origem e destino na mesma cidade/país em muitos casos cruzaria fronteiras, tornando a comunicação menos eficiente”.

“No fundo representaram uma evolução significativa nas telecomunicações, pois no mundo da voz o paradigma de interligação entre operadores era baseado em circuitos dedicados de um operador para todos os restantes”, referiu em declarações ao TeK. “Com os pontos de troca de tráfego (IP e não só, hoje em dia), apenas com uma ligação e uma porta, um operador pode trocar tráfego com múltiplos operadores (num determinado local).

Um vídeo da associação europeia de pontos de troca de tráfego IP, a Euro-IX, contextualiza a razão de ser destas estruturas.

A criação de um exchange point em Portugal surgiu no seguimento de pontos similares noutras cidades europeias, “e pela troca de experiências e de ideias que resultavam de fóruns, como por exemplo as reuniões do RIPE”. 

Na altura foi necessário “conjugar a vontade de alguns operadores de redes IP, escolher um local, e dedicar um equipamento”. Em outubro de 1995 surgia assim o Pix - Portuguese Internet eXchange, contando com quatro parceiros: a RCCN - Rede da Comunidade Científica Nacional, Telepac, EUnetPT e IP Global.

Em 2001, a denominação evoluiu para “GigaPIX”, refletindo a dotação da plataforma de várias portas com capacidade Gigabit. Isto porque inicialmente funcionava apenas num centro de dados, constituída apenas sobre um equipamento em que cada porta tinha uma capacidade máxima de 100Mbps.

Hoje em dia é uma plataforma distribuída por dois centros de dados (Lisboa e Porto) e constituída por vários equipamentos, possuindo portas individuais de 10Gbps e 1Gbps. O GigaPix é presentemente integrado por 25 membros e o seu pico diário de tráfego ultrapassa os 25Gbps, figurando na lista dos maiores Internet Exchanges Europeus.

Daqui em diante espera-se que o futuro do GigaPix seja o do crescimento, “tanto em termos de tráfego como de número de membros”, refere Carlos Friaças. “A presença de membros ‘não locais’ é especialmente interessante para os restantes membros locais, uma vez que dessa forma incrementam o volume de troca de tráfego (peering), reduzindo potencialmente o volume de tráfego que é comprado a outros operadores de maior dimensão (com ligações internacionais)”.

Além disso, o facto de todos os aspetos do funcionamento do GigaPix estarem ativos em IPv6, a mais recente versão do Protocolo IP, “prevê a crescente utilização da Internet de nova geração, ao mesmo tempo que estende mais uma inequívoca ponte em direção ao futuro”.

 

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