A quase totalidade dos escritórios de advogados em Portugal está equipada com computador (96,8%), quando a grande maioria (86,4%) possui ligação à Internet, revela um estudo recente publicado no Boletim da Ordem dos Advogados por António Caetano e Miguel de Almeida Motta, que pretendeu analisar a situação da advocacia no que diz respeito à utilização das tecnologias de informação e comunicação.



Segundo os dados recolhidos através do inquérito geral aos advogados portugueses, a maioria dos espaços de trabalho dispõe de três computadores - em que 45,5 por cento trabalham em rede - e somente 6,7 por cento possuem sistema de videoconferência. O inquérito revela também que cerca de 70 por cento dos advogados utiliza bases de dados informáticas, seja de legislação ou de jurisprudência.



Segundo a análise conduzida pela Ordem, 80,8 por cento dos escritórios tem endereço de correio electrónico, mas apenas 8,8 por cento têm página própria na Internet. No que diz respeito ao tipo de ligação, o modem telefónico normal é utilizado por 48,8 por cento dos inquiridos e a banda larga (ADSL/Cabo) por 38,5 por cento. Constata-se ainda que 14,2 por cento dos que possuem ligação de alto débito à Internet têm página na Internet, sucedendo o mesmo com apenas seis por cento dos que têm ligação em banda estreita.



O correio electrónico é mais utilizado para comunicar com os colegas (60,6%) do que com os clientes (50,1%) ou com serviços oficiais (42,2%), revela o documento de análise. Verifica-se ainda que 74 por cento dos inquiridos acede a serviços online do Ministério da Justiça e outros, e que 61,1 por cento consultam o Diário da República ou outras publicações na Internet.



"O panorama geral da classe relativamente à utilização de tecnologias de informação e de comunicação, em especial no que se refere à Internet, pode considerar-se razoavelmente positivo", avalia o artigo, sem contudo deixar de salientar que falta uma "utilização estratégica das TIC" entre a classe para que se criem as "modificações substanciais nas formas de exercício da profissão, quer em termos de procedimentos, de organização do trabalho e de produtividade, quer em termos de eficácia na relação com o cliente".



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