Arrancam na próxima quinta-feira as quartas jornadas da inovação, uma iniciativa da Agência de Inovação que tem como principal objectivo mostrar resultados de projectos de investigação apoiados ao longo dos últimos anos. Em exposição vão estar mais de 500 projectos, que na maioria beneficiaram de apoios públicos ou comunitários para se converterem em produtos ou serviços, ou nas empresas que os acolheram ou gerando novas empresas para os explorar. Os 500 projectos em exibição envolveram mais de mil participantes, entre empresas e entidades de investigação.

A ocupar todo o pavilhão 1 da FIL, as 4ªs Jornadas da Inovação levam também ao certame 57 projectos Eureka, para mostrar alguns exemplos bem sucedidos de I&D em cooperação internacional. No dia 19 será aliás premiado aquele que é considerado o melhor projecto Eureka, iniciativa que Portugal presidia desde o ano passado. O restante espaço de exposição é preenchido com expositores de projectos agrupados por áreas de actividade. As TIC dominam, embora também exista uma forte representatividade de projectos na área da electrónica. Outras áreas como a energia ou a química também estão representadas.

As universidades e entidades do sistema ciêntifico têm pela segunda vez também a sua área própria de exposição levando ao certame projectos à procura de parcerias de investimento, embora o principal foco do evento seja mesmo o de mostrar I&D aplicada à actividade empresarial.

Lino Fernandes, presidente da Agência da Inovação, reconhece que desde as primeiras jornadas de inovação o número de participantes no evento tem aumentado sempre (há dois anos as jornadas ocupavam apenas um terço do pavilhão) e recorda que se na primeira edição a exposição se fazia principalmente de esboços de projectos, ainda em desenvolvimento. Hoje mostram-se sobretudo produtos que resultaram desses projectos e que deram um contributo efectivo para que a I&D empresarial ultrapassasse a barreira do 1 por cento do PIB. Uma boa parte dos projectos mostrados na exposição nasceram com o apoio da ferramenta de financiamento NEOTEC e hoje já são empresas.

O responsável também sublinha o facto de entre os projectos mostrados no evento existir uma forte predominância de iniciativas de "meios de produção", projectos que criam inovação que irá beneficiar terceiros (software de gestão, por exemplo). Este tipo de projectos é aliás aquele que tem recebido maior volume de apoios nos últimos anos, também como forma de suprir as lacunas que existiam no país na inovação a este nível.

Lino Fernandes recorda que de acordo com os últimos dados disponíveis, Portugal foi o país europeu onde a I&D mais cresceu desde 1995, uma evolução que traduz sobretudo o recuperar do atraso face a outros países.
Os dados também mostram que se em 1995 apenas 200 empresas eram identificadas como tendo práticas de I&D, esse número tinha aumentado em 2007 para as 2000. Outro indicador importante é o facto de nos últimos 20 anos o número de investigadores por mil portugueses ter passado de 1,3 para 5,6.

Os dados recuperados pelo presidente da AdI numa antecipação à imprensa das Jornadas da Inovação sustentam a sua visão de que Portugal mudou o seu perfil de inovação e compara hoje de forma bastante mais favorável com os países mais avançados da UE. Na sua opinião, o próximo passo é generalizar os bons exemplos.

Quem passar pela FIL entre os dias 18 e 20 de Junho poderá tomar contacto com exemplos práticos de inovação em áreas tão diversas como a agricultura, espaço, transportes, telecomunicações, educação, entre outros. Além da área de exposição as Jornadas contam com um programa paralelo de eventos que pode ser consultado online.

As Jornadas decorrem em simultâneo com a Tecnofil que integra o Sinotec – Salão Internacional de Inovação e Tecnologia, o Ambiurbe - Salão Internacional do Ambiente e da Sustentabilidade, e o Endiel – Encontro para o Desenvolvimento do Sector Eléctrico e Electrónico.

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