Jeff Clarke, vice presidente de operações e presidente da divisão de Client Solutions da Dell, subiu ao palco principal do centro de convenções de Austin, onde decorre o Dell World, para falar sobre as mudanças profundas que as nova tecnologias estão a operar ao nível das equipas de colaboradores, dos locais de trabalho e da forma de trabalhar.

Segundo o responsável, nos dias correntes, os espaços de trabalho são 60% mais pequenos do que eram há cerca de uma década. Tendências como os tão populares "espaços de co-working" e os "escritórios em casa" são alguns dos novos comportamentos que estão a operar mudanças seminais na atividade laboral.

Uma das práticas que mais expressão tem conquistado nos últimos anos é o BYOD (Bring Your Own Device). Já são várias as empresas que permitem que os seus trabalhadores utilizem os seus dispositivos pessoais para realizar tarefas profissionais.

Apesar de poder ser vista como uma forma eficaz de poupar dinheiro na aquisição de equipamentos para o escritório, pode ser também um grande de risco para a segurança das empresas e já esteve na génese de 95% dos incidentes, como fugas de informação ou quebras de segurança. Isto porque os dispositivos ditos de "uso pessoal" não estão devidamente munidos das protecções informáticas necessárias para operar nas redes da empresa e realizar tarefas que envolvam dados e informações críticas.

Citando dados relativos a 2016, ele diz que 45% das empresas já sofreran uma ou mais quebras de segurança. Referiu também que atualmente ocorrem cerca de 4.000 incidentes por dia e que nos dias de hoje se registam 4 vezes mais ataques ransomware do que no ano passado.

Jeff Clarke afirma ainda que são cada vez mais aqueles que fazem parte do grupo dos "trabalhadores remotos", ou seja daqueles que trabalham a partir de localizações que não o escritório. Muitos destes outros locais são públicos e oferecem ligações à internet que não são seguras, o que coloca em xeque a segurança da empresa e do negócio.

Quando as organizações pensam em embarcar numa transformação digital, devem também ter em conta os indivíduos que compõem as suas equipas.

A Geração Y, ou os Millenials, são pessoas que nasceram já na Era da internet e têm-na como uma extensão deles próprios, e veem a tecnologia como um elemento fundamental não só para as suas vidas pessoais, como também para os seus percursos profissionais.

O responsável diz que 82% dos Millenials consideram que a tecnologia presente nos locais de trabalho é um fator eliminatório na escolha de um novo emprego. Se a tecnologia estiver abaixo das suas expectativas, é bastante provável que não os consigam convencer a aceitar a posição.

Divergindo para as tecnologias que estão a emergir e a marcar uma posição cada vez mais expressiva no mundo "tech", Jeff Clarke explica que a Realidade Virtual será um fator de disrupção na vida de todos e que vai redesenhar todos os setores de atividade.

Frank Azor, co-fundador da Alienware, também marcou presença no Austin Convention Center, e, ao lado de Clarke, sentenciou que a Realidade Virtual é o futuro dos videojogos.

Ao longo dos próximos anos, vai poder verificar-se que a VR não se tratará apenas de colocar uns óculos e explorar uma simulação de computador de um qualquer ambiente, mas vai focar-se, utilizando as palavras do responsável, no "teletransporte da mente para outro lugar".