Já se arrastava há alguns anos a investigação da Comissão Europeia às práticas de empresas de produção de chips de memória DRAM que configuravam uma actuação em cartel, mas o processo foi hoje resolvido através de um acordo, o primeiro feito pelo executivo europeu em casos semelhantes.

As dez empresas envolvidas foram multadas em mais de 331 milhões de euros, reduzindo as multas em 10% por terem reconhecido as práticas anticoncorrenciais. A Micron, a empresa que revelou a existência do cartel, foi poupada à multa financeira.

A Samsung, Hynix, Infineon, NEC, Hitachi, Mitsubishi, Toshiba, Elpida e a Nanya foram multadas em diferentes valores que são calculados de acordo com a facturação das empresas. A multa mais avultada foi aplicada à Samsung e eleva-se a mais de 145 milhões de euros. Mesmo assim a empresa coreana foi uma das que viu a multa ser reduzida pela participação na investigação desde os primeiros passos.

Entre as empresas envolvidas no cartel apenas a Infineon é de origem europeia, mas isso não implica que escapassem ao escrutínio do executivo em questões de concorrência. O caso do cartel na produção de memórias DRAM, usadas em computadores e consolas de jogos, está também a ser investigado nos Estados Unidos.

De acordo com informação da Comissão Europeia, o cartel esteve em operação desde 1 de Julho de 1998 a 15 de Junho de 2002 e envolvia uma rede de contactos e partilha de informação bilateral que permitia a coordenação de preços e cotações de memórias DRAM vendidas às principais marcas de PCs e servidores.

A área de tecnologias tem sido uma das mais visadas pela investigação de violações às regras da concorrência na União europeia. Para além desta investigação ao cartel de memórias DRAM a CE está também a avaliar um alegado cartel na área de TV e monitores para computadores e de transformadores eléctricos.