A Cisco entregou no tribunal europeu de justiça um pedido de anulação da aprovação sem condicionantes ao negócio Microsoft/Skype, concedida pelas autoridades europeias da concorrência no final do ano passado.



Na base do pedido estão os receios da empresa de que a Microsoft feche o acesso à tecnologia e trave a inovação no mercado das comunicações integradas e das comunicações vídeo, quando fizer a já anunciada integração entre o Skype e a Lync Enterprise Communications Platform. Esta integração poderá ser feita de forma exclusiva, o que "pode condicionar à plataforma da Microsoft quem pretenda chegar aos 700 milhões de utilizadores do Skype", alerta a Cisco.



O pedido apresentado com carácter de urgência solicita à CE que obrigue a Microsoft a assumir o compromisso de que continuará a seguir normas abertas, impedindo à partida qualquer tentativa de fechar um mercado que daqui a três anos deverá gerar um milhão de imagens de vídeo por segundo.



A empresa quer garantir que esses dados podem continuar a circular através de qualquer prestador de serviços, o que só poderá ser garantido se todos os fabricantes mantiverem a aposta em normas abertas, que assegurem interoperabilidade entre plataformas de colaboração.



"A Cisco não se opõe à fusão em si mesma mas a Comissão deveria ter imposto condições para garantir a interoperabilidade e evitar que uma única empresa no futuro venha a ter o controlo das comunicações por vídeo", justifica no blog Marthin De Beer, vice-presidente da empresa.



Recorde-se que a aprovação da Comissão Europeia ao negócio que levou a Microsoft a desembolsar 8,5 mil milhões de dólares pela compra do Skype foi concedida em outubro do ano passado. A avaliação foi rápida e concluiu que o negócio não terá impacto negativo no mercado da telefonia IP.


A Microsoft reage ao pedido da Cisco frisando que a Comissão Europeia avaliou o negócio e aprovou-o sem condições, numa decisão com 36 páginas.


A Messagenet, o operador de VoIP, juntou-se à Cisco na queixa junto do tribunal europeu.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira