As aplicações de entretenimento doméstico e os televisores de ecrã plano ou de grande dimensão serão algumas das principais atracções da edição 2004 da International Consumer Electronics Show (CES), a par dos dispositivos de armazenamento de tamanho reduzido e dos gadgets multimédia, áreas que fazem notar uma cada vez maior convergência entre PCs e electrónica.



Apesar da crise, a CES continua a crescer em expositores e em espaço físico para acomodar o cada vez maior número de empresas que se introduzem ou relacionam com o mercado da electrónica de consumo, interessadas numa parcela das vendas de 101 mil milhões de dólares previstas para este ano pela Consumer Electronics Association (CEA) - patrocinadora do evento anual - num valor cinco por cento acima do registado em 2003.



A feira deste ano concentra-se nas formas crescentes e cada vez mais variadas de entretenimento digital. Televisão, música e fotografia estão entre as tecnologias emergentes exploradas pela indústria dos PCs. A área da informática parece, assim, fundir-se cada vez mais com a da electrónica de consumo e empresas como a Dell, a Hewlett-Packard e a Gateway partilham o mesmo espaço físico com a Sony, a Panasonic ou a Philips Electronics.



Embora tradicionalmente a CES se destinasse a retalhistas e fabricantes da área da tecnologia de consumo, hoje em dia são variadas as indústrias de outros sectores que se deslocam a esta feira internacional para ver e aprender, para fazer negócio e encontrar novos e velhos clientes. "A CES não é apenas vista como um espaço onde são lançadas as últimas novidades e apresentadas as tecnologias mais inovadoras, serve igualmente para estabelecer redes de contacto e fazer negócio", garante Karen Chupka, vice-presidente da unidade de eventos e conferências na CEA.



Ao todo, a edição 2004 da CES – a maior de todas as realizadas – foca mais de 20 áreas de produto, apresentadas em cerca de 2.300 expositores que, entre esta quinta-feira e até ao próximo domingo, aguardam a visita de mais de 110 mil pessoas.



Os novos ecrãs e televisões digitais deverão captar as atenções de muitos dos visitantes, uma das áreas de aposta recente por parte das fabricantes de PCs, que procuram novos mercados geradores de lucro. A Intel deverá falar sobre o desenvolvimento em curso de um chip para televisores digitais de retroprojecção e, seguindo os passos das suas rivais Gateway e Dell, a fabricante de PCs HP deverá dar a conhecer a sua própria linha de televisores digitais. A Samsung Electronics por sua vez apresentará o enorme televisor LCD de 57 polegadas, enquanto a ViewSonic promove o seu próprio televisor de retroprojecção de 56 polegadas.



Outro motivo de possível atracção toma forma nos dispositivos de armazenamento, que continuam a crescer em capacidade e a diminuir em tamanho. São vários os fabricantes que conceberam equipamentos de menores dimensões e peso destinados a guardar dados informáticos no bolso ou para dar mais poder ao leitor de música portátil. A Samsung, por exemplo, está a promover durante a CES o Intelligent Stick, que apresenta como a drive de memória flash USB mais pequena e leve do mercado, com uma capacidade de armazenamento de 512MB.



Em destaque estão igualmente os relógios com tecnologia SPOT da Microsoft, já anunciados no ano passado, mas que só agora chegam ao mercado, e que foram mostrados por Bill Gates, durante o seu discurso de abertura da CES que serviu igualmente para apresentar um novo software denominado Media Center Extender que permitirá o acesso aos ficheiros multimédia armazenados em computadores pessoais, através de aparelhos de televisão.



Além de Bill Gates, a Consumers Eletronics conta igualmente com a participação de outras figuras de peso como Carly Fiorina da HP, Michael Dell da Dell ou Paul Otellini da Intel.



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