A integração das tecnologias internet nos processos de negócio tradicionais é um processo irreversível e deve ser feito progressiva e atempadamente para que a sua consolidação seja perfeita, aconselham a Escola de Gestão do Porto e a Digital Partners. Estas directrizes foram emitidas face aos resultados de um projecto de investigação que realizaram, conjuntamente, para o IAPMEI entre Setembro de 2001 e Janeiro de 2002.



Tendo como principal objectivo incentivar a ligação das PMEs aos negócios electrónicos, o estudo procura transmitir às empresas interessadas "um conjunto de informações e recomendações que lhes permitam seleccionar os portais mais adequados à implementação das suas diferentes soluções de negócio electrónico" pode ler-se na introdução.



Para este efeito foram efectuadas 35 entrevistas - 20 a empresas clientes de soluções de negócio electrónico, de diferentes dimensões e sectores, 12 a empresas fornecedoras deste tipo de soluções e três a especialistas -, dois focus groups e uma extensa pesquisa sobre a situação actual e evolução do negócio electrónico em Portugal e no estrangeiro, explicam os responsáveis.



As conclusões do estudo, denominado "Os e-marketplaces - Estratégias de Selecção de Portais B2B", revelam que existem vantagens ao nível da economia nos processos e ganhos de produtividade para a maioria das empresas que decidam implementar soluções de negócio electrónico. Mas, o seu grau irá variar de acordo com vários factores, entre eles a dimensão e preparação da empresa, o seu enquadramento estratégico e a própria preparação dos seus parceiros de negócio.



Identificando três grupos de portais B2B - colaboradores ou intranets, parceiros ou extranets e de terceiros ou e-marketplaces - os resultados do estudo indicam que, por muito mau que esteja o mercado e a conjuntura actual, a integração das tecnologias Internet nos processos de negócio tradicionais é inevitável e deve ser efectuada progressiva e atempadamente para que exista uma consolidação perfeita.



Verifica-se que todos os sectores, uns mais do que outros, podem tirar vantagens das soluções de negócio electrónico, desde que estas estejam enquadradas em estratégias bem definidas e com clara orientação para as necessidades dos seus clientes. A questão fundamental está em identificar em que fase da cadeia de valor é que estas soluções electrónicas poderão ser aplicadas trazendo uma mais valia às empresas e não saber se os e-marketplaces ou outros portais podem ou não ser utilizados num dado sector, salientam os responsáveis pelo estudo.



As empresas devem definir primeiro a sua estratégia global e só depois seleccionar as soluções de negócio electrónico que melhor a potenciem, aconselham os autores do estudo, salientando que se constata uma grande indefinição estratégica por parte das organizações que iniciam projectos baseados em tecnologias Internet.



Denota-se também que as empresas com processos de negócio formalizados e com sistemas de informação integrados de gestão estão em melhores condições para implementarem soluções de negócio electrónico.



Os resultados do estudo evidenciam ainda que as grandes empresas estão a beneficiar de economias nos processos e no preço dos bens e serviços indirectos, como por exemplo o economato. Por outro lado, as PME poderão beneficiar de um melhor relacionamento com os clientes e de uma melhor "lubrificação dos canais tradicionais", eliminando redundâncias, aproveitando melhor os recursos e partilhando informação.



Considera-se fundamental que as estratégias das empresas passem a considerar desde já acções no domínio do negócio electrónico, sob pena de perderem vantagem competitiva.



Por tudo isto, os autores do estudo consideram que os e-marketplaces poderão vir a ter sucesso, mas muito mais lentamente do que se previa, indicando que ainda é necessário criar "mais conteúdos, ofertas adaptadas às necessidades das empresas e uma nova forma de marketing deste tipo de soluções".



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