O investimento da Equinix no LS2 vai mais do que duplicar a capacidade da empresa em Portugal, adicionando mais de 2.050 metros quadrados de espaço no centro de dados que já existe em Lisboa,  com vantagens de reforço da resiliência e complementaridade de infraestruturas segmentadas e redundantes.

As obras já estão a avançar "a todo o vapor" e Carlos Paulino, diretor geral da Equinix em Portugal, defende que este novo datacenter cria condições para a atração de mais clientes internacionais para Portugal, reforçando a posição do país como um hub estratégico de ligação entre o Atlântico e a Europa e tirando partido do posicionamento geoestratégico de interligação terrestre e submarino na ligação de dados.

"O mercado está num movimento muito positivo e com um crescimento muito acima do que era esperado", sublinha Carlos Paulino, destacando o potencial de rentabilização do investimento.

"Nos últimos quatro anos sentimos uma clara aceleração do mercado e uma procura da localização de Portugal, com o deslocamento das empresas para estratégias de edge, mais próximas dos clientes que produzem e consomem dados", explicou ao SAPO TEK Carlos Paulino. A Equinix está a investir no reforço das infraestruturas em várias localizações geográficas e Portugal é visto como uma peça importante pela posição de confluência entre as auto estradas digitais que ligam a Europa e o continente sul americano, africano e também a américa do norte, fazendo a passagem para o corredor mediterrânico.

"Portugal é um ponto chave de ligação entre a região europeia e o mundo", afirma Carlos Paulino, defendendo que este investimento, que se soma a uma história de 25 anos em Portugal, permite criar condições para "uma realidade mais significativa no ecossistema global".

Com a construção do segundo International Business Exchange (IBX) em Lisboa, a Equinix garante uma posição única com um campus dinâmico e um ecossistema digital que beneficia da localização adjacente do LS2 ao LS1, que tem vindo a crescer com reforço de capacidade nos últimos 25 anos mas que precisava já de mais capacidade. "Vai permitir-nos crescer e atrair mais empresas internacionais, beneficiando os clientes atuais que querem crescer e que podem também tirar partido da capacidade de alojamento e interconetividade".

Quando completos, o LS2 e o LS1 vão fornecer mais de 2000 interconecções e serviços de conetividade de rede para mais de 100 clientes empresariais e 45 redes, assim como 4 internet exchangers que usam o datacenter.  O investimento em Lisboa vai criar cerca de 30 empregos diretos e indiretos, altamente especializados e integra a rede de 260 datacenters da Equinix em cidades chave no Atlântico e Mediterrâneo como Lisboa, Madrid, Barcelona, Bordéus, Génova e Milão.

O reforço da capacidade com o LS2 está diretamente ligado à localização relevante de Portugal no mapa de redes globais. Atualmente existem 11 cabos submarinos que estão ligados a Lisboa e que garantem acesso a 91 estações de conetividade e 62 países. A Equinix lembra que Portugal foi o primeiro país a ter conetividade direta em fibra a todos os continentes.

O EllaLink, que liga Portugal ao Brasil com 100 Tbps, o Equiano da Google com ligação África do Sul e 144 Tbps, o 2Africa que contorna o continente africano e é detido pelo consórcio entre a China Mobile, Meta, Orange e Vodafone, com capacidade de 240 Tbps, o Medusa que atravessa o mediterrâneo e é gerido pelo consórcio europeu com European 480 Tbps e o Nuvem da Google, que faz a ligação aos Estados Unidos e conta com 360 Tbps, colocam Portugal numa posição única.

"Desde que começámos que o grande desafio tem sido oferecer conetividade  e inraestruturas com capacidade de concorrência semelhante à Europa e ter a partir de Lisboa latências tão baixas como em qualquer outra localização na Europa", justifica Carlos Paulino, dizendo que o LS1 que a Equinix mantém tem um papel chave que agora é reforçado com o LS2, tornando a ligação ainda mais atrativa.

A redundância das infraestruturas, com a segregação entre os dois datacenters que são adjacentes, é vista também como um fator chave de sucesso para a Equinix, e as obras já estão a avançar na localização em Loures, sendo o objetivo alojar os primeiros clientes no primeiro trimestre de 2025. "Estamos já em fase avançada de contratualização", adianta Carlos Paulino que acredita quem em 2025 a ocupação pode chegar a 25% do datacenter, o que demonstra "uma aceleração extraordinária".

Carlos Paulino destaca também a importância do ecossistema do centro de Lisboa, com a confluência de redes global e fornecedores de cloud, plataformas de redes sociais com ligação direta aos cabos submarinos e a vantagem dos clientes  poderem tirar partido dos serviços da Equinix para construírem uma infraestrutura escalável de forma rápida. A aposta da empresa em energias renováveis, que vão garantir 100% da alimentação do LS2, é também uma vantagem estratégica para as empresas e contributo para os objetivos ambientais.