A Ericsson e a Sony Ericsson podem assumir uma posição concertada para impedir que a Nokia garanta uma posição superior a 50 por cento do capital do consórcio Symbian. As empresas pretendem exercer os seus direitos de preferência, definidos no estatuto do consórcio, e comprar uma parcela do capital que a Psion tenciona vender à Nokia.



A ideia foi defendida pelo director executivo da Ericsson, Carl-Henric Svanberg, ao Finantial Times, onde afirma que a empresa e a joint-venture Sony Ericsson querem aumentar a sua participação no consórcio Symbian para 27,6 por cento, adquirindo 10 por cento da quota que a Psion pretende vender.



Recorde-se que a Psion anunciou recentemente a sua intenção de sair do consórcio formado em 1998 para o desenvolvimento de uma plataforma de software para equipamentos móveis, vendendo a sua posição à Nokia. Este anuncio seguiu-se à saída da Motorola do consórcio, anunciada um dia depois de terminado o prazo de 5 anos que os fundadores tinham estabelecido para permanência dos sócios, tendo na altura a Nokia e a Psion adquirido o capital libertado pela empresa norte-americana.


A importância do consórcio Symbian, e consequentemente da sua plataforma, é agora reforçada depois de se temer o pior com a saída da Motorola e posteriormente da Psion. O interesse demonstrado pela Ericsson não se limita a mais uma "guerra de participações", mas indica também que a empresa sueca e a sua joint-venture Sony Ericsson apostam nesta plataforma e mantêm alguma dependência dela, numa altura em que a Microsoft pressiona o mercado com o Pocket PC Phone.



Em disputa ficarão agora os 31,1 por cento que a Psion pretende vender. A Nokia comunicou desde logo a sua intenção de comprar esta quota, o que reforçaria a sua posição para 63,3 por cento. A Ericsson detém actualmente 17,5 por cento do consórcio, enquanto a Sony Ericsson possui 1,5 por cento. No consórcio restam ainda a Panasonic com 7,9 por cento, a Samsung com 5 por cento e a Siemens 4,8 por cento.



Segundo as contas do director executivo da Ericsson, se todos os outros accionistas fizerem uso dos seus direitos de preferência para dividirem entre si a quota da Psion, a Nokia ficará com 46,7 por cento, o que ainda assim lhe garante uma posição confortável no consórcio.



Quando comunicou a sua intenção de comprar a participação da Psion, a Nokia afirmou que pretendia adquirir o controle da Symbian mas não iria fazer qualquer alteração na sua estratégia ou gestão.

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