O organismo francês para a protecção de dados multou a Google em 100 mil euros, na sequência do polémico caso das informações recolhidas irregularmente de redes Wi-Fi, aquando da captura de imagens para o serviço de vistas de rua do Google Maps, o StreetView.

A decisão é avançada pela Comissão Nacional de Informática e das Liberdades de França (CNIL), num comunicado oficial. Segundo se explica, a empresa tinha-se comprometido a apagar as informações indevidamente guardadas, mas não cumpriu o acordado.

Em Maio de 2010, a gigante das pesquisas admitiu que os carros do StreetView tinham acidentalmente guardado dados de utilizadores das redes Wi-Fi não protegidas, sem o consentimento ou conhecimento destes.

Para além de aumentar as manifestações de descontentamento entre as organizações de defesa da privacidade um pouco por todo mundo, que já se tinham feito sentir quando o serviço foi apresentado, o incidente motivou investigações por parte de diversos países, como a Austrália, Estados Unidos, Canadá, Alemanha ou Espanha.

Em França, o caso foi investigado pela CNIL, que abordou a empresa. Em Julho de 2010, a Google garantiu que os carros do StreetView não iriam recolher mais dados de redes Wi-Fi.

Em Agosto, a polícia terá mesmo abordado um dos carros destinados à recolha de imagens para o serviço, para verificar se já teria sido corrigida a situação, segundo a imprensa internacional.

A entidade afirma agora que, embora a Google se tenha comprometido a apagar todos os dados recolhidos, descobriu que a empresa não deixou de usar, sem autorização, as informações sobre os pontos de acesso Wi-Fi de privados, o que motivou a aplicação da multa.

Segundo o secretário-geral da CNIL, "esta base de dados geolocalizados vale o seu peso em ouro e permite dominar o mercado".

Trata-se de uma "intromissão particularmente grave" tendo sido registados "mensagens de correio eletrónico pessoais, ligações a todo o tipo de sites, e até informações sobre prescrições médicas", acrescentou Yann Padova, em declarações ao Le Parisien.