Entre os mais de 1.100 expositores, de mais de 45 países, que este ano ocupam mais de 150 mil metros quadrados da IFA 2022 contam-se quatro empresas portuguesas, algumas das quais já repetem o investimento da presença na maior feira de eletrónica de consumo da Europa há mais de uma década.
Como é habitual, o SAPO TEK foi à procura dos expositores portugueses para perceber as novidades e também o que justifica o seu investimento e a presença na IFA, mas também a forma como está a evoluir o negócio.
Apesar de ser ainda o primeiro dia da feira, que abriu hoje as portas aos profissionais e ao público, as expectativas positivas e as quatro empresas confirmaram que contam conseguir aprofundar as relações internacionais e garantir novos contactos de negócios.
Veja as imagens dos stands das empresas portuguesas
A António Meireles é uma das repetentes na IFA e Luis Meireles, responsável de marketing, confirmou ao SAPO TEK que esta é a feira mais importante para os eletrodomésticos, e que este é um momento de contacto com os clientes habituais e também para criar ligações a novos clientes.
"Normalmente nestas feiras acabamos por receber 40 mercados, 50 a 60 contactos, leads de todos os continentes e de mercados muito diversificados, que nos interessam especialmente nestas crises, porque quando um mercado está a funcionar mal ter outros que já estão a crescer e equilibrar as vendas.
A empresa é fabricante de fogões e placas e este ano traz várias novidades, como o Coork, uma fusão entre Cook e Cork, que recorre à cortiça, que Luis Meireles garante que é "uma inovação mundial" e que é ecológico e também tem vantagens de isolamento de calor e água. O fogão e forno tem revestimento de cortiça e tem tido boas reações porque é bonito e agradável ao toque.
Seguindo também a tendência este ano a António Meireles está a lançar fogões em negro, e tachos em ferro fundido, fabricados por um parceiro. Tem também um novo modelo de fogão de 90 cm com mesa de indução da mesma dimensão, que poucos fabricantes fazem. "Este especialmente acreditamos muito e tem potencial para venda nos mercados nórdicos", explica o responsável de marketing.
Apesar de ser o primeiro dia as expectativas são positivas e Luis Meireles refere que ainda sente que existe algum receio do regresso à normalidade nas feiras mas que acredita que os próximos dias serão de maior presença de público.
No stand da Airfree o destaque vai para a nova lâmpada que combina iluminação com purificador de ar. "Esta ideia de misturar o purificador em peças da casa é uma tendência, não ocupa espaço e é uma peça de decoração, explica Raphael Matias, o responsável de marketing da empresa portuguesa. Já tem uma app que controla a intensidade do ventilador e a iluminação, mas não tem ainda comando de voz.
Com produtos no mercado desde 2005, a Airfree está pela 10ª vez na IFA e o investimento justifica-se pela ampliação da distribuição dos produtos na Europa e na Ásia. "É a principal feira da empresa", justifica.
No mesmo pavilhão, a FLAMA está também a repetir a sua presença na IFA. Tinha já estado numa feira em Frankfourt e depois mudaram para a IFA, há mais de 10 anos, a fazer contactos de vendas e aproveitar para fazer reuniões com clientes.
"Este ano estamos com uma presença um pouco diferente. Tradicionalmente trazemos novos produtos e desta vez estamos a mostrar a nossa capacidade industrial, com o que podemos fazer para outras marcas, em OEM e ODMs, desde componentes a produtos completos", explica Pedro Campos, senior business manager da FLAMA, que adianta que esta componente representa dois terços do negócio da empresa.
A menor afluência de visitantes e de profissionais é também referida pelo responsável da FLAMA, que admite que a situação podia "arrebitar" ainda hoje ou nos próximos dias, mas que lembra que este é também um momento que aproveitam para fazer reuniões com clientes, reunidos no mesmo espaço.
A aposta na sustentabilidade e na economia circular é também uma abordagem que tem atraído clientes e onde a FLAMA tem investido.
A Greenfever é a única empresa portuguesa de Tecnologias de Informação na feira, e o gerente Tiago Moreira explicou ao SAPO TEK que a empresa está focada na distribuição de equipamentos recondicionados e também tem produtos de marca própria, em memórias e discos com a Go Infinity, que vende na Europa e em África, assim como a distribuição de EMTEC.
"É pelos recondicionados que somos mais conhecidos em Portugal, com a vantagem de que o cliente consegue comprar um equipamento quase novo a um preço 60% inferior a um novo, com as mesmas garantias", explica Tiago Moreira. A Greenfever não trabalha com o consumidor final, mas compra equipamentos em bulk e faz o processo de recondicionamento, com o tratamento estético e técnico, substituindo componentes com falha ou em iminência de falhar.
O negócio começou em 2008, e vende recondicionados desde 2014 e Tiago Moreira diz que por semana entrega 500 a 1000 portáteis recondicionados, atingindo já perto de 6 milhões de euros no ano passado, com uma forte presença a nível europeu, nos recondicionados e nos componentes. "Cerca de 70% é negócio internacional", refere o responsável pela empresa, que diz que existe ainda muita margem de crescimento em Portugal.
A Greenfever já esteve na CEBIT em 2018 e na IFA em 2019, mas também tem participado em feiras mais específicas, dedicadas ao segmento de traders de recondicionados. Na IFA 2022 a empresa está no resseler park, onde estão as empresas que distribuem marcas existentes no mercado, e esta é também uma oportunidade para conhecer novas oportunidades de negócio e conhecer novas soluções.
Para o ano querem estar novamente na feira, e o SAPO TEK promete que volta a procurar os expositores portugueses para saber o que trazem de novidades.
O SAPO TEK está a acompanhar todas as novidades da IFA 2022 que este ano se realiza em Berlim de 2 a 6 de setembro, mas com várias conferências e dias reservados à imprensa que antecipam os lançamentos das principais marcas. Acompanhe tudo através do Especial IFA 2022
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