A Intel confirmou que irá proceder ao despedimento de 10.500 trabalhadores. A medida representa uma redução de 10 por cento na força de trabalho da empresa e integra-se numa reestruturação profunda que pretende levar o grupo a poupanças anuais de 3 mil milhões de dólares a partir de 2008.
Os primeiros cortes de pessoal terão lugar sobretudo nas divisões de Tecnologias da Informação, gestão e marketing, ainda este ano. Em 2007 os despedimentos estendem-se às divisões de fabrico e desenho de chips, entre outras.
"Embora difíceis, estas acções são essenciais para tornar a Intel uma empresa mais ágil e eficiente, não apenas este ano e no próximo, mas também nos seguintes", justifica Paul Otellini CEO do grupo.
Já efectuados ou em vias de concretização estão cinco mil despedimentos e até final do ano serão efectivados outros 2.500. Os restantes avançam durante o ano de 2007. Depois de arrumada a casa a Intel ficará com um total de 92 mil empregados.
O plano já recebeu críticas dos analistas por ser pouco objectivo no que se refere à definição de áreas estratégicas e incidir pouco no desaparecimento de áreas específicas da companhia, menos rentáveis e consumidoras de elevados recursos humanos ou financeiros. Ao invés disso, a gestão da Intel opta por emagrecer várias áreas mas manter grande parte das competências, sublinham analistas citados na imprensa internacional.
A necessidade de uma reestruturação profunda na empresa tornou-se evidente em Abril deste ano nas palavras do próprio CEO e tendo em conta a perda de quota de mercado e decréscimo das receitas. Desde então a empresa já vendeu uma unidade de fabrico de chips para telemóveis encaixando 600 milhões de dólares e reduzindo 1.400 trabalhadores. Pouco tempo depois eliminou mil cargos de gestão e supervisão.
Mais recentemente a Intel anunciou a venda da unidade de media e sinalização responsável pelo desenvolvimento de motherboards e software para as telecomunicações, desfazendo-se por essa via de mais 600 colaboradores.
A primeira grande reestruturação da Intel ocorreu em meados da década de 80 quando a empresa decidiu concentrar esforços nos microprocessadores e vender o negócio de chips DRAM, que resultou no corte de 30 por cento da sua força de trabalho, na altura 7 mil trabalhadores.
Depois disso o grupo saiu da bolha com menos 11 mil empregados e enfrenta agora um novo desafio já antecipado pela imprensa internacional no fim da semana passada e agora oficialmente confirmado.
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