Em outubro garantia que não estava à beira da falência, mas foi com esse mesmo pedido que a Kodak se dirigiu ao Tribunal de Nova Iorque, confirmando os rumores das últimas semanas, numa decisão que lhe permitirá completar a reestruturação do seu negócio, alega.

Pedindo proteção junto dos credores, a Kodak pretende "reforçar a liquidez nos Estados Unidos e exterior, rentabilizar a propriedade intelectual não estratégica, e resolver a situação dos passivos, concentrando-se em áreas de negócio mais valiosas".

Fundada em 1888, a Kodak tem dedicado a maior parte dos investimentos dos últimos anos à área digital e desenvolvimento de tecnologia, que geraram 75% das suas receitas em 2011.

O pedido de falência agora interposto não abrange as subsidiárias fora dos Estados Unidos, que vão continuar a "honrar todas as obrigações", garante a empresa no comunicado publicado a partir do seu site.

A má situação financeira da empresa norte-americana era comentada há algum tempo, tendo dado origem aos rumores sobre a possibilidade de bancarrota, agora confirmada.
Desde 2003, a Kodak fechou 13 fábricas e 130 laboratórios, eliminando 47 mil postos de trabalho, lembra Antonio Pérez, presidente do grupo, citado no comunicado.

A empresa é acusada de não ter conseguido fazer uma passagem atempada do analógico para o digital, um processo em que estará agora empenhada. Da nova estratégia faz igualmente parte a venda das 1.100 patentes que detém - para as quais ainda não conseguiu encontrar compradores.

Entretanto, e tentando proteger a sua propriedade intelectual, a fabricante de máquinas fotográficas e outros produtos na área da imagem tem vindo a processar empresas como a Apple e a HTC (a mais recente da lista é a Samsung), alegando a violação de patentes registadas por si.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé