O peso dos custos com a manutenção de aplicações e infra-estruturas na factura TI das empresas deverá diminuir, por forma a permitir uma maior disponibilidade de investimento em áreas estratégicas como a inovação. A ideia esteve subjacente à manhã do primeiro dia de discussão do Directions 2005. O evento organizado pela IDC decorre entre hoje e amanhã no Centro de Congressos do Estoril para debater o tema Garantir a Competitividade Durante a Próxima Década.



Os oradores sublinharam a importância das empresas tornarem mais eficientes as suas estruturas evitando desperdícios e sobre capacidade, já que as poupanças a este nível permitem reforçar a capacidade de investimento noutras áreas. Carlos Janicas, director geral da HP Portugal trouxe o exemplo pessoal da companhia, apresentando um conjunto de metas traçadas a este nível, aquando da integração da Compaq.



Segundo o responsável, 72 por cento dos gastos da empresa com TI, a nível global, dizem respeito a custos de manutenção, enquanto a inovação absorve apenas 23 por cento dos investimentos. O objectivo da empresa é em dois anos inverter esta relação de gastos, diminuindo para 45 por cento os custos com manutenção de aplicações e infra-estrutura, alocando uma fatia mais significativa (cerca de metade do investimento) para a inovação.



Aquando da fusão com a Compaq as duas empresas detinham 7 mil aplicações, hoje têm 4 mil e até 2007 pretendem reduzir esse número para 1500. No que respeita aos servidores, na data da fusão eram 25 mil as máquinas que suportavam o negócio das companhias, hoje são 19 mil e em 2007 deverão ser apenas 10 mil. No que se refere ao número de data centers de suporte ao negócio, os objectivos são também de redução. Desde a integração das companhias foi possível passar de 300 para 85 e nos próximos dois anos a HP quer reduzir para 11 os seus centros de dados.



A assinalar o evento a IDC disponibilizou um conjunto de indicadores que resumem os estudos e previsões da consultora para os próximos anos, a nível nacional e internacional. No que diz respeito à realidade nacional os indicadores da IDC apontam para a tendência também sublinhada pelos oradores de uma aposta mais forte na "inovação e integração como drivers para o sucesso das organizações".



A consultora acredita que nos próximos anos se assista a uma alteração de paradigma nas organizações, que resulta de alguns anos com crescimentos negativos no sector das TI e no PIB do país. Essa realidade contribuiu para alterar as prioridades de investimento e para "uma aposta clara no desenvolvimento e gestão dos serviços em detrimento do investimento em infra-estrutura".



A nível global, as previsões também apontam para alterações profundas até 2015 que decorrem de aumento da penetração das tecnologias de banda larga e da consolidação dos serviços aí suportados, bem como da proliferação dos dispositivos móveis de acesso a dados.



Nesta perspectiva a IDC prevê que até 2015 existam em todo o mundo 5 mil milhões de equipamentos móveis, cerca de 500 milhões de utilizadores domésticos de banda larga e mil milhões de terminais de voz sobre IP.


Na primeira manhã do Directions estiveram também presentes Xiaofan Zhao representante do Governo chinês, Paulo Ramos presidente da ParaRede, Pedro Almeida da Siemens Computers e José Ferreira da Mainroad, entre outros oradores.



Notícias Relacionadas:

2004-06-04 - Relação entre negócio e tecnologia analisada pela IDC

2003-10-05 - Empresas nacionais com preocupações crescentes na avaliação do seu ROI em TI