Um ano depois de assinado o memorando de entendimento entre a Microsoft e o Governo português, foi feito hoje o balanço das 18 medidas que tinham sido alinhadas aquando da assinatura do acordo. Carlos Zorrinho, coordenador do Plano Tecnológico, sublinhou que 12 medidas já estão executadas e que as restantes 6 estão a contar com um empenho muito forte das várias entidades envolvidas, devendo estar concretizadas até final do primeiro semestre desta ano.

"Há um ano atrás este memorando foi visto com um misto de entusiasmo e dúvida [...] um ano depois traduziu-se num êxito concreto e reconhecido", salientou Carlos Zorrinho durante a conferência de balanço do protocolo. O responsável destacou ainda o facto de haver oportunidades e riscos para a Microsoft e o Governo, mas afirmando que as duas partes estão a ser beneficiadas pelo dinamismo criado, em termos económicos e de inovação.

Confrontado com o facto de ainda faltarem cumprir seis das medidas do memorando, Carlos Zorrinho reafirmou a intenção de colocar todos os acordos em marcha até ao final do primeiro semestre. "Alguns protocolos ainda não arrancaram porque foram integrados em pacotes de medidas mais vastas", explicou o coordenador do Plano Tecnológico, dando como exemplo o caso da Literacia Digital que contará com o lançamento em breve de uma iniciativa que vai abranger mais de um milhão de portugueses.

"Este protocolo tem-se mostrado no terreno não como um evento mas como um processo, por isso estruturante [...] Queremos, tal como no Plano Tecnológico, fazer bem mais do que fazer depressa", acrescentou ainda Carlos Zorrinho durante a sua apresentação.

Das doze medidas já concretizadas muitas têm sido alvo de divulgação pública que o TeK tem vindo acompanhar no último ano. Entre as principais iniciativas contam-se sete protocolos no eixo do Conhecimento - como os cursos de Especialização Tecnológica em parceria com o Ministério da Economia, IAPMEI e Escola Profissional FIORINO; a criação da Rede de Academias TIC com a UMIC; a campanha nacional lançada com a FDTI; o protocolo com o Instituto do Emprego e Formação Profissional para a colocação de 500 jovens licenciados em empresas que compõem a rede de parceiros da Microsoft e o acordo de formação com a Polícia Judiciária e o Ministério da Administração Interna - quatro no eixo Tecnologia e ainda um no Eixo da Inovação.

Novas iniciativas na calha

Nuno Duarte, Director geral da Microsoft em Portugal, defendeu que a empresa tem todo o interesse em continuar e reforçar o investimento realizado com este protocolo, empenhando-se nas medidas que estão por concretizar mas também em novas iniciativas que podem surgir e que a Microsoft irá apoiar. "Há uma reafirmação do compromisso com o Governo português de reforço do investimento porque os indicadores estão a aparecer, com o interesse das empresas em participar em iniciativas de inovação e também os indicadores de penetração de PCs", adiantou.

Embora reconhecendo que este é um plano estrutural, Nuno Duarte sublinha que já há indicadores positivos para os efeitos do acordo, apontando a taxa de crescimento na penetração de PCs e servidores em Portugal, que segundo as previsões da IDC é de 13 e 30 por cento, respectivamente. O director geral da Microsoft Portugal salienta que estes valores colocam Portugal na linha da frente em termos de percentagem de crescimento dentro da Europa, o que cria uma oportunidade de dinamização e inovação nas empresas.

"Portugal é um pólo de atracção para as empresas como a Microsoft", fez questão de destacar Nuno Duarte, que explica que a empresa tem de competir a nível internacional para trazer para o país centros de competência. No entanto os indicadores positivos que têm sido obtidos facilitam a justificação do investimento nestas iniciativas.

Nuno Duarte recusou-se porém a concretizar valores do investimento realizado pela Microsoft nestas iniciativas, garantindo que este se concretiza em tempo, recursos e em software, sendo "especulativo e intelectualmente não muito interessante" adiantar um valor. O director geral da Microsoft em Portugal adianta porém que actualmente a empresa tem o dobro dos recursos humanos envolvidos na concretização das medidas alinhadas com o Governo.

Também Carlos Zorrinho não adiantou nenhum valor de investimento do Governo Português, afirmando que cada uma das medidas tem o orçamento previsto nas várias entidades que participam na iniciativa.

Para o próximo ano fica prometido novo balanço do memorando assinado entre o Governo português e a Microsoft Portugal, admitindo Nuno Duarte que as iniciativas conjuntas se podem prolongar ad eternum enquanto forem bem sucedidas.

Fátima Caçador

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