A empresa de estudos de mercado Marktest revelou esta semana que apesar de mais de um terço dos portugueses ter acesso à Internet, apenas um quarto a utiliza. O estudo realizado por esta entidade – que analisou 3.600 indivíduos com mais de 15 anos em Portugal através de entrevista telefónica – reporta-se ao primeiro trimestre deste ano salienta ainda que o número de cibernautas nacionais tem vindo a diminuir.




De acordo com os últimos dados do Bareme-Internet, o número de utilizadores de computador, em casa, no emprego ou noutros locais, pouco cresceu desde o anterior inquérito, realizado entre Novembro e Janeiro/Fevereiro de 2002. A Marktest apurou que 40,9 por cento do universo de indivíduos utiliza um computador, sendo que 30,3 por cento o faz em casa, 18 por cento no local de trabalho, 8,3 por cento na Universidade ou escola e 2,9 por cento em casa de familiares ou amigos.



Quanto ao acesso à Internet, sente-se uma ligeira redução, sendo que no primeiro trimestre deste ano 36,8 por cento da população tinha acesso à Internet e 24,3 por cento acedia de facto, enquanto no trimestre móvel de Setembro e Novembro de 2001 37,7 por cento dos portugueses tinha acesso à Internet e 25,2 por cento a utilizava.


Entre as razões apontadas por aqueles que mesmo tendo acesso não utilizam a Net, em casa ou noutros locais embora tenham condições para o fazer, destaca-se a falta de interesse ou de necessidade, a dificuldade ou a falta de tempo. No que diz respeito à frequência de utilização, 9 por cento refere uma utilização praticamente diária, sendo que, 9,6 por cento passa entre meia a uma hora online.


À semelhança de outros estudos publicados recentemente, como a edição de 2002 do relatório O Observador "Estudo sobre os Comportamentos, Atitudes e Expectativas de Consumidores e Empresas em Portugal", a casa continua a ser o local de acesso à Net preferido por 25 por cento dos inquiridos, seguido pelo emprego com 13,2 por cento e a escola ou universidade com 8,2 por cento.



O correio electrónico continua a ser a aplicação mais procurada online – utilizada por perto de um quinto dos portugueses, ou seja, 19,5 por cento – seguindo-se a transferência de ficheiros (com 10,4 por cento), as aplicações de IRC ou chat (8,9 por cento), a consulta de grupos de discussão (3,9 por cento) e os jogos online (3,4 por cento). Todavia, apesar destas duas últimas não recolherem muitas preferências, o entretenimento não deixa de ser uma das razões principais para navegar, com 13,4 por cento das preferências, seguida de perto pelos fins profissionais (12,3 por cento).



As notícias continuam a representar a principal área de consulta na Internet, embora a percentagem tenha vindo a diminuir, recolhendo 12,6 por cento das preferências. Segue-se a música (10,5), cultura (8,6), desporto (8,1), viagens e lazer (6,6) e ainda informática (6,3), cinema (6,3) e ciência (5,3).




Quanto ao ecommerce, apesar do sentimento de insegurança ter diminuído de 7,9 por cento entre Setembro e Novembro para 5,4 por cento, poucos são os que já aderiram a esta forma de negócio – 4,8 por cento. Os livros, CDs e DVDs continuam a ser os artigos mais procurados.


O Bareme-Internet continua a avaliar a notoriedade espontânea em relação a Sites, Portais e Motores de busca. No trimestre móvel de Janeiro/Março de 2002 os sites que mais se destacam na preferência dos inquiridos são o Sapo, Clix e IOL. O Sapo continua a ocupar a liderança destacada, com 14,6 por cento de identificação pelos indivíduos inquiridos, seguindo-se o Clix que aumentou a sua quota em relação ao trimestre anterior, reunindo agora 9,2 por cento das respostas.



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