Francisco Velez Roxo, presidente da Agência Nacional de Compras, foi hoje orador convidado num evento da APDC onde partilhou os resultados dos primeiros meses de trabalho à frente da agência que vai coordenar as compras do Estado.



O responsável remete para o final do ano números rigorosos sobre o trabalho de diagnóstico que tem vindo a ser desenvolvido, mas relembra os indicadores já apresentados na sua tomada de posse quando estimou conseguir poupar 150 milhões de euros, nos mil milhões de euros gastos pelo Estado em compras transversais. Um objectivo que é colocado em 2009, último ano do actual mandato. Já este ano a estimativa é de que os primeiros esforços de centralização de compras e análise de necessidades possa resultar em poupanças entre os 15 e os 20 milhões de euros.



Sobre os progressos relativamente ao trabalho desenvolvido por cada ministério na criação de unidades ministeriais de compras e no alinhamento de necessidades, o responsável admitiu que há um grande trabalho de taxionomia a realizar que permite simplificar e reduzir as listas de compras de cada organismo, mas acrescentou que todas as estruturas já estão hoje a trabalhar com plataformas de transacção electrónica que lhes permitirão realizar compras online e interoperar entre as suas diversas estruturas. No trabalho dos ministérios o que falta fazer é a agregação de necessidades, explicou o responsável, acrescentando que para já as compras públicas electrónicas só representam 1 por cento das compras, valor que até 2008 deverá aumentar para 80 por cento.



Afastada está a hipótese de vir a investir numa nova plataforma de compras que suporte os processos electrónicos de aquisição, que continuarão a ser apoiados pelas plataformas já disponíveis no mercado e que desde 2003 vêm apoiando os ministérios nas primeiros experiências de aquisição electrónica. Primeiro um conjunto restrito de ministérios e mais tarde a totalidade, que em ritmos diferentes e mais lentamente que o inicialmente previsto foram contratualizando este tipo de serviços.



Velez Roxo também adiantou que estão em preparação novos concursos públicos para a renovação de acordos-quadro e sublinhou a importância de uma adopção de facto e generalizada da factura electrónica no Estado, como mais uma medida de simplificação de processos e geradora de poupanças.



Ao nível das comunicações, uma das áreas onde a polémica sobre a não actualização de contratos e acesso dos novos operadores tem estado na ordem dos dia, Velez Roxo defendeu a introdução de maior concorrência nas ofertas disponíveis, mas sublinhando que o grande objectivo deve ser encontrar as soluções que melhor satisfaçam as necessidades do Estado. Sobre este assunto acrescentou que as comunicações têm um peso significativo nas despesas do Estado e sublinhou que essa é uma das áreas de diagnóstico conduzida pela ANCP.



Notícias Relacionadas:

2006-12-14 - Aprovado Decreto-lei que regula a criação da Agência Nacional de Compras Públicas

2006-11-06 - Quase quarenta organismos do Estado testam factura electrónica