É uma aplicação móvel que permite criar efeitos em fotografias, aplicando filtros coloridas que as deixam com um ar envelhecido. Nada de muito complicado ou elaborado, mas valioso, a avaliar pelo preço que o Facebook ontem anunciou estar disposto a pagar pelo Instagram.



A maior rede social do mundo vai desembolsar mil milhões de dólares para adquirir a empresa que desenvolveu esta aplicação. Pode parecer muito mas tudo depende da perspetiva. Feitas as contas 1.000 milhões de dólares (763,8 milhões de euros) é apenas 1% dos 100 mil milhões que a rede social deve valer quando dispersar capital no mercado bolsista em breve.



Além do valor ser perfeitamente suportável para uma empresa que gere hoje uma base de 850 milhões de utilizadores em todo o mundo e no ano passado terá obtido receitas de 4 mil milhões de dólares, há outras motivações. Com o negócio o Facebook elimina a possibilidade do Instagram vir a ser adquirido por um concorrente, perdendo a oportunidade de integrar um serviço que pode potenciar o seu crescimento na área dos telemóveis, uma área na qual o Facebook está mas com um sucesso moderado.



Desde que foi lançado, há cerca de 18 meses, o Instagram revelou-se um fenómeno de popularidade com ascensão quase meteórica. Com apenas 13 empregados, a empresa por trás da aplicação móvel conquistou 30 milhões de utilizadores, que carregam 5 milhões de novas fotos todos os dias.



Na semana passada a aplicação ganhou uma versão para Android, que no primeiro dia foi descarregada um milhão de vezes. À App Store da Apple o Instagram chegou em outubro de 2010 e também ganhou popularidade rapidamente, percursos que fizeram disparar o valor da empresa para os 500 milhões de dólares, de acordo com uma avaliação realizada há dias.



A aplicação pode ser usada para partilhar fotos em redes sociais como o Twitter, o Facebook ou o Tumblr, mas tornou-se ela própria uma espécie de rede social onde é possível encontrar fotos de terceiros e seguir outros utilizadores, dois aspetos que também são apontados como razões para o negócio.



A aplicação terá passado a ser preferida por muitos utilizadores para carregar fotos para o Facebook por ser mais fácil de usar que a app do próprio Facebook; por outro lado a componente social do Instagram poderia representar algum tipo de ameaça para o Facebook, que tem na partilha de fotos um dos atrativos principais do seu serviço.



Somados argumentos, o Facebook avançou com uma proposta que foi aceite e mostrou a quem planeia investir na empresa quando em breve esta chegar à bolsa, que há mais uma razão para "prender" ao serviço milhões de utilizadores e menos uma oportunidade para a concorrência.



Nota de redação: Corrigida uma gralha no texto.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira