Com o estudo a DECO Proteste procura identificar as avarias mais frequentes, que servem de indicador às próprias marcas sobre os pontos que devem ter mais atenção. O inquérito foi feito a quase 94 mil utilizadores (10.876 em Portugal) e permitiu à Defesa do Consumidor estabelecer um ranking sobre a fiabilidade das marcas para cada família de equipamentos. O estudo foi realizado em setembro de 2021 em formato online aos seus subscritores, em paralelo com outras organizações europeias de defesa do consumidor, na Bélgica, Espanha, França e Itália. E ainda foram adicionados dados de 2020 para completar as informações.
As respostas dos consumidores permitiram à DECO Proteste calcular a durabilidade média dos equipamentos e os respetivos motivos na troca de produtos antigos pelos novos. Em várias situações, os equipamentos ou não tinham concerto ou falta de peças de substituição. E noutros casos, o valor da reparação não compensava.
O estudo indica que os smartphones, tablets e computadores portáteis são sujeitos a mais problemas de bateria. Outros utilizadores indicam as falhas das funcionalidades táteis nos ecrãs de smartphones e tablets. As avarias frequentes nos discos rígidos dos computadores ou os comandos avariados dos televisores foram também registados no inquérito.
No caso dos tablets, 44% foram trocados devido aos utilizadores preferirem um modelo mais recente. Já 42% dos inqueridos considera que o seu smartphone não é o mais recentes, mas ainda trabalham bem, percentagem idêntica para os computadores, que não estando atualizados ainda cumprem as suas funções. E também 41% respondeu que os seus televisores ainda são utilizados, mesmo estando desatualizados.
Conheça os problemas dos equipamentos, por categoria:
Smartphones e os problemas com a bateria
O estudo indica que quase 9 em 10 portugueses têm um smartphone, a maioria de gama média e 57% pagaram entre 150 a 500 euros por equipamento. A maioria é Android, pelo que os sistemas iOS representam apenas 18% da amostra total, sendo preferidos os modelos com ecrãs acima das 5,1 polegadas, em três quartos. Quanto às principais avarias e respetivas marcas, 22% dos inqueridos aponta às suas baterias para os modelos da Apple, Nokia, Wiko e ZTE; seguindo-se o ecrã tátil com 19% para os modelos da Blackview, Oppo, Wiko e ZTE; e por fim o carregador com 17% apontado sobretudo à Nokia e Wiko.
A DECO Proteste também classificou as marcas por fiabilidade, até cinco estrelas. Neste caso, várias marcas levaram a nota máxima, como a Google, Honor, Sony, OnePlus, Xiaomi, Motorola, Vivo, Huawei, Samsung e outras. Já a Apple, Nokia, Alcatel, Wiko, Oppo, BlackBerry, ZTE e TCL apenas mereceram quatro estelas. Em último surge a Blackview, com três estrelas de pontuação.
As métricas do estudo revelam ainda a duração média das marcas, sendo a Nokia a mais resistente, com 5 anos e um mês, seguindo-se a Apple com 4 anos e 9 meses. Em último surge a ZTE com 3 anos e 2 meses de duração. A Asus e a Wiko também não estão bem colocadas, durante uma média de 3 anos e 5 meses.
As falhas nos comandos dos televisores
89% dos lares dos inqueridos têm televisores, sendo a sua maioria com ecrãs LCD. Os OLED e plasma representam 29%, mas mais de metade já utilizam SmartTV, com conectividade online e utilização de aplicações próprias. Há 7 televisores de gama média em cada 10 equipamentos, que em média, em metade dos casos foram adquiridos em promoção. 57% dos inqueridos pagaram até 750 euros por um televisor. Um quarto dos inqueridos optaram por modelos entre 40 a 43 polegadas.
Os dados indicam que a marca TCL representa o maior risco de avaria. E os comandos, o ecrã e as ligações são as queixas mais registadas pela DECO Proteste, sobretudo em modelos da TCL e Xiaomi.
Quanto às marcas mais fiáveis, o destaque vai para a Panasonic, Sony, LG, Samsung, Blaupunkt, Thoshiba, Philips, Kunft e Loewe, que mereceram as cinco estrelas. Em segundo plano, a JVC, Grunding, Hisense, Xiaomi, Thomson, entre outras obtiveram quatro estrelas. Já a marca menos fiável, segundo os consumidores, é a TCL que registou 3 estrelas.
O televisor com maior durabilidade é da Grundig, com uma média de 9 anos e 7 meses, seguindo-se a Thomson com menos um mês. E a Sony também dura 9 anos e 1 mês. Já a LG foi a marca que registou a menor duração, 7 anos, seguindo-se a Samsung com 7 anos e 6 meses.
85% dos portugueses têm um portátil, mas as baterias viciadas não escapam às críticas
No estudo da DECO Proteste, a maioria (85%) dos inqueridos portugueses afirmam ter um computador portátil, a maioria em formato notebook e com o Windows instalado. Apenas 5% utilizam sistemas leves e compactos, os chamados ultrabooks. Mais de um terço afirma ter modelos anteriores a 2017, sendo que 64% pagaram até 1.000 euros por máquinas de gama média. As promoções foram aproveitadas por cerca de um terço dos utilizadores.
No entanto, quanto à principal queixa dos portáteis diz respeito às avarias de bateria, que registou 28% dos problemas apontados. Problemas mais visíveis nos modelos da Medion e Thomson. O disco rígido é apontado por 18% dos inqueridos, sobretudo nos modelos da Huawei, Medion e Thomson. Por fim, problemas relativos a cabos ou fonte de alimentação somam 17% das queixas, nas mesmas marcas, assim como para problemas no teclado e Wi-Fi.
Feitas as contas, as marcas mais fiáveis do estudo para computadores passam pela LG, Thoshiba, Apple, Fujitsu, Asus, Microsoft, HP, MSI, Lenovo e Dell, todas elas a receber cinco estrelas na escala. Já a Acer, Medion e Huawei receberam quatro estrelas e a Thompson ficou com três estrelas.
A LG destacou-se como a marca com uma maior durabilidade, com uma média de 7 anos e 5 meses, seguindo-se logo a seguir a Apple com menos 1 mês nessa longevidade. A Microsoft é a que apresenta a menor média, com 5 anos e 1 mês, seguindo-se a Asus com 6 anos e três meses.
Os tablets marcam as tendências atuais, mas as baterias e ecrãs táteis não são perfeitos
Os dados referem que mais de metade dos inqueridos utilizam tablets, sendo que 63% são de sistema Android e 27% iOS. Dois terços dos equipamentos contam menos de seis anos e mais de metade pagaram até 450 euros pelos mesmos, ou seja 58% dos inqueridos.
A maioria dos inquiridos tinham tablets da Apple e Samsung, destacando-se entre os mais fiáveis, mas a nota máxima foi atribuída à Amazon. Do outro lado do espectro, a marca menos recomendada é a Archos, por ter maior risco de avarias precoces, onde se destacam os problemas no ecrã tátil e botões.
As baterias continuam a ser a avaria mais apontada, com 19% das queixas, com as marcas Qilive e Selecline como as principais. Já 17% dos problemas são apontados ao ecrã tátil, e neste caso é a Archos a mais destacada. Por fim, o carregador é registado por 16% dos utilizadores em geral.
Nesse sentido, as marcas que receberam cinco estrelas foram a Amazon, Apple, Xiaomi, Samsung, Teclast, Microsoft, Huawei e Asus. Com quatro estrelas surgem a Selecline, Acer e Lenovo e com três a Qilive, Alcatel e Denver Electronics. Por fim, a Archos recebeu duas estrelas, sendo a marca menos fiável do estudo.
A Apple é que tem a duração média mais prolongada das marcas, de 5 anos e 10 meses, seguindo-se a Samsung com 5 anos e 2 meses. Do outro lado a Archos é que dura menos, com 3 anos e 3 meses, seguindo-se a Huawei com 3 anos e 9 meses e a Lenovo que marca 3 anos e 11 meses.
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