Uma análise da Accenture realizada em parceria com a Economist Intelligence Unit mostra que, dos 350 executivos de empresas de telecomunicações, operadores de televisão e media inquiridos, mais de metade (60 por cento) acredita que o IPTV poderá originar receitas "significativas nos primeiros três anos de serviço".




O estudo foi realizado em 46 países - Portugal não foi incluído - e mostrou que, de um modo geral, a indústria confia no potencial da televisão sobre IP a longo prazo. Porém, a curto prazo as estimativas mantêm-se divididas: 52 por cento dos inquiridos não estão optimistas quanto às capacidades do IPTV como fonte de receitas nos próximos 12 meses, 20 por cento estão "confiantes ou muito confiantes" e 28 por cento estão "bastante confiantes".




As diferentes experiências dos executivos, consoante a área em que operam, revelou-se determinante na altura de responder, nomeadamente no que diz respeito à sustentabilidade do negócio e à qualidade da oferta.




Neste campo, pouco mais de 45 por cento dos inquiridos revelaram que a publicidade seria a principal fonte de receitas da próxima geração de TV. Por outro lado, 74 por cento dos operadores de rede, onde esse incluem fabricantes de equipamentos, companhias de electrónica de consumo, fornecedores de conteúdos e radiodifusores/estúdios, acreditam que as taxas de subscrição para conteúdos Premium serão responsáveis pela maioria receitas, seguida dos pagamentos dos pacotes básicos e das taxas publicitárias.




Os operadores de serviços acreditam que o IPTV será "comparável ou melhor, do que as actuais ofertas de vídeo", enquanto que, os executivos de media apresentam respostas mais cépticas e cautelosas.




A discrepância de opiniões é justificada por Paulo Vicente, vice-presidente da Accenture em Portugal para a área de Comunicação e Media, como um reflexo da incerteza geral "sobre o formato de distribuição dos conteúdos e sobre os montantes que os consumidores estarão dispostos a pagar".




As novas tendências de receitas, a angariação de novos clientes e o aumento da venda de ligações de acesso em banda larga são os motivos apontados pelos executivos como as principais razões para investir no IPTV. Por parte dos clientes, as motivações para aderir a este tipo de serviço deverão assentar, na opinião dos entrevistados, no "desconto nos preços através de um pacote de serviços", "na capacidade de mover conteúdo entre dispositivos", assim como nas vantagens trazidas por "uma única factura para múltiplos serviços".




Quanto aos obstáculos à adopção do IPTV, 25 por cento dos inquiridos referiu que "o principal entrave à adopção do IPTV a curto prazo é a questão da qualidade dos serviços relacionados com arquitecturas não comprovadas, baixa largura de banda e outras questões tecnológicas", assim como as "altas taxas de subscrição".




Apesar de as conclusões do estudo apontarem para um maior benefício dos fornecedores de conteúdos em detrimento das televisões tradicionais, no que toca à produção de receitas, Paulo Vicente salienta que "o business case do IPTV, os seus benefícios, o seu valor acrescentado e o seu potencial mantêm-se fortes", sendo necessário, ser-se "visionário, ambicioso e receptivo à inovação" para "conseguir um alto desempenho através do IPTV".




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