A Portugal Telecom já tem parceria com startups portuguesas há bastante tempo. Mas no final de 2012 chegou à conclusão de que o relacionamento que tinha com várias novas empresas portuguesas era na realidade mais extenso. Fez-se então um levantamento das startups que de alguma forma já estavam a trabalhar com a PT.

Foi aí que surgiu a ideia de criar o Blue Start, um projeto dedicado que tem como objetivo fazer crescer e promover as empresas parceiras nos mercados nacional e internacional. O Blue Start pode ser visto como uma incubadora e um programa de aceleração de empresas, onde a PT assume o papel de ponte de ligação com outros parceiros.

"Queremos ajudar a complementar as startups", resumiu ao TeK em poucas palavras o coordenador do Blue Start, Alexandre Teixeira dos Santos. De certa forma a empresa de telecom quer "profissionalizar" o modo como se relaciona com as novas empresas.

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Startup Lisboa, Beta-i, Parkurbis e i-start são algumas das entidades que vão ajudar a promover empresas que já estão no mercado ou que podem vir a aparecer nos próximos tempos. Dependendo do projeto e do estado de maturação do mesmo, o Blue Start vai ter três níveis de acolhimento: um para projetos recém-criados, outro para acelerar o crescimento e outro para acelerar a promoção.

Dependendo de cada nível as empresas podem receber apoios a nível tecnológico, a nível de espaço de trabalho, a nível de marketing e de planos de negócio.

Esta abordagem mais pró-ativa que a PT vai ter com as startups não é inocente. Apesar de todas as startups serem elegíveis para a candidatura ao Blue Start, existem alguns aspetos que a empresa de telecomunicações vai ter em conta. Um deles será o valor do projeto num todo, mas também o valor que a PT poderá vir a retirar desse conceito, num sistema de "dá e recebe".

A parceria com as startups vai ainda ser usada pela Portugal Telecom para receber feedback em primeira mão de algumas das soluções criadas para empresas. Se os "clientes de teste" validarem uma nova infraestrutura por exemplo, é um bom teste de mercado para que a oferta seja alargada a outros elementos do mercado.

Como revelou Alexandre Teixeira dos Santos em conversa com o TeK, o Blue Start vai ter presenças em eventos e júris de competições de empreendedorismo, para que logo aí possa ser feita uma triagem dos projetos mais interessantes. O Blue Start está no entanto receptivo a candidaturas espontâneas que podem ser submetidas na página oficial da iniciativa.

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Atualmente já existem alguns nomes conhecidos que fazem parte do Blue Start, caso da Biodroid, CardMobili, Mobitto, Foodzai, Wizdee e Betapp.

Hoje, 6 de dezembro, o Blue Start deslocou-se até Aveiro para estabelecer contactos com mais uma entidade, a InovaRia, uma rede de inovação em Aveiro. Está ainda marcado um encontro com dez startups onde vai ser analisado de que forma podem os seus negócios desenvolver.

Aveiro, que é também uma localização de relações privilegiadas com o SAPO Labs e com a universidade, é um exemplo do que a Blue Start quer fazer com os investigadores. O projeto da Portugal Telecom quer também ter uma vertente de plano pós-académico onde incentivam projetos criados nas universidades a prosseguirem e a converterem-se em empresas, como explicou Alexandre Costa Machado.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico