Um estudo feito ao tecido empreendedor de Lisboa permitiu concluir que 28,6% das startups sediadas na capital estão a desenvolver projetos de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Este segmento consegue ter duas vezes mais projetos que as áreas que estão em segundo e terceiro lugar a nível de representação: Consultoria e Saúde.

Cada uma destes níveis de negócio representa perto de 14% do total das startups com presença na Rede de Incubadoras de Lisboa. No caso da Saúde uma parte dos projetos que estão a ser desenvolvidos dizem respeito à área da biotecnologia.

Os resultados fazem parte do estudo "O ecossistema empreendedor em Lisboa", que traça um perfil dos empreendedores e das jovens empresas que estão sediadas na cidade.

O empreendedor típico tem entre 25 e 44 anos, sendo que mais de metade dos empreendedores tem até 34 anos. Em 40% dos casos já houve uma experiência anterior de empreendedorismo. Revela o estudo que esta percentagem está em linha com a de outras cidades europeias, mas está abaixo dos 55% registados por exemplo em Silicon Valey.

As startups "lisboetas" também se caracterizam pelo elevado nível de qualificação, onde mais de 80% das pessoas apresentam bacharelato, mestrado ou doutoramento.

Outros dados do mesmo estudo apontam para o facto de 90% dos projetos serem de empresas, enquanto uma pequena fatia corresponde a ideias de empreendedores independentes. A maior parte das startups, cerca de 60%, têm faturações inferiores a 100 mil euros anuais e apenas uma apresentou uma faturação acima do milhão de euros.

O trabalhado realizado junto do tecido empresarial jovem da capital permitiu ainda tirar algumas conclusões "negativas", como o facto de 80% dos trabalhadores terem nacionalidade portuguesa. Este valor mostra que Lisboa é pouco atrativa para recursos humanos oriundos do estrangeiro.

O estudo teve em conta o inquérito a 62 das 178 empresas que compõe a Rede de Incubadoras de Lisboa.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico