Está a ser criada uma Rede de Conhecimento dentro da AP que tem como objectivo promover a transmissão de conhecimento entre organismos e ministérios, facilitando o processo de modernização da Administração Pública e o trabalho em rede, revelou Maria Leitão Marques, responsável pela Unidade de Coordenação da Modernização Administrativa, em entrevista ao Jornal de Negócios. Segundo esta, a iniciativa visa dotar a AP de um maior conhecimento sobre as suas próprias iniciativas, dinamizando a utilização de medidas pensadas e montadas a nível interno e diminuindo o recurso a consultoria externa.
A mesma responsável garantiu que o projecto piloto para o Cartão Único do cidadão avança mesmo no próximo ano e que o documento único automóvel será uma realidade já em Outubro, conforme tinha sido anunciado pelo Primeiro Ministro. Maria Marques explicou que a nova unidade está a trabalhar na coordenação de projectos como o licenciamento online ou a extinção da empresa na hora, uma medida desenhada na mesma lógica de simplificação que pautou a criação de empresa na hora.
As várias medidas que a UCMA garante estar a ensaiar inserem-se nos quatro eixos de actuação da entidade, criada pelo Governo socialista de José Sócrates: "a relação da AP com as empresas; relação da AP com os cidadãos; relação dentro da própria AP; reforma do Estado e do modo de Governação", detalhou a responsável ao diário.
Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos
Um dos símbolos mais elogiados pelo Governo da modernização da Administração Pública tem sido a optimização dos sistemas informáticos, permitindo um combate mais eficaz da fuga aos impostos e o cruzamento de dados entre entidades públicas. Visão diferente tem o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos que no final da semana denunciou o que apelida de situação caótica do sistema informático dos impostos.
O STI garante que não tem dificuldades em reconhecer as melhorias informáticas que contribuam para melhorar as condições de trabalho dos profissionais tributários, mas adianta ter a mesma facilidade em denunciar "as fragilidades da rede informática" que se mantém sem capacidade para "suportar tantas aplicações e operadores em simultâneo", refere um comunicado.
O organismo garante que várias aplicações continuam lentas e destaca as que se referem aos Fluxos Financeiros, SCO e SEF. A esta situação somam-se "milhares de notificações que têm de ser esclarecidas aos contribuintes", que, segundo o sindicato, dizem muitas vezes respeito "a dívidas que afinal não existem".
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