As candidaturas já estão abertas e querem desafiar as startups e empreendedores que tenham projectos consistentes, para desenvolver ideias inovadoras com impacto social nos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável da ONU. À partida não passa de mais um "concurso de ideias" ou de apoio ao empreendedorismo, mas desta vez com o cunho do Governo e com a utilização de um modelo de selecção de projectos que passa pela votação do público, assente em tecnologia blockchain e com recurso a uma "moeda" virtual que serve meramente para contabilizar investimentos (também virtuais) nos projectos seleccionados.
A secretária de Estado adjunta e da modernização administrativa, Graça Fonseca, explica que toda a ideia está alinhada com os 17 objectivos da ONU, mas que muitas startups já terão iniciativas nesta área. E onde entra o blockchain? "Pensámos associar alguma coisa que seja sexy", explicou no evento de lançamento que decorre no Museu de História Natural, em Lisboa. A secretária de Estado confessa que tudo à volta do termo blockchain se torna nebuloso, mas "queremos associar desenvolvimento sustentável com uso de novas tecnologis que podem ser muito úteis no sector público como podem ser no privado", adianta.
O objectivo não é premiar ideias, mas sim protótipos que já tenham modelo de negócio e alguma consistência. Por isso se exige mais dos empreendedores do que acontece em muitos concursos do género.
As candidaturas já estão abertas e podem ser apresentadas até 22 de junho, exigindo sempre a utilização da autenticação digital do Cartão de Cidadão, ou da Chave Móvel Digital. Os créditos na "moeda" GOVTECH vão permitir também ao público aceder aos "fundos" para financiar os melhores projectos, permitindo assim que cheguem à fase final e apresentem o seu pitch em Setembro, e finalmente possam tornar-se um dos três finalistas. São estes que vão receber 30 mil euros de financiamento, em moeda real (Euros) e ainda um protocolo de colaboração com o Estado para desenvolver o produto, um espaço numa incubadora de empresas, apoios à internacionalização com o patrocínio do Instituto Camões e três bilhetes Alpha para a Web Summit, com direito a expositor.
A Bright Pixel é a parceira tecnológica do projecto, e está a aplicar aqui a experiência de blockchain que já desenvolveu noutras iniciativas, incluindo o Pixels Camp, como explicou ao SAPO TEK Celso Martinho, CEO e fundador da Bright Pixel.
Tão "sexy" como a utilização da tecnologia de blockchain poderá ser, pelo menos para os empreendedores, a possibilidade de internacionalização do projecto com o impulso do Governo. A secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, lembrou que os desafios colocados respondem a problemas globais, e que esta é uma oportunidades para quem está a lançar um negócio. "Portugal e o ecossistema empreendedor têm oportunidade de testar soluções inovadoras", refere, adiantando ainda que conhece bem este ecossistema, e que "o copo está mais do que meio cheio" nesta visão de alcançar metas globais.
Nota da Redação: a notícia foi actualizada depois do fim do evento. Última actualização às 20h05
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