A União Europeia detalhou as características da sua nova política de financiamento para a área da investigação que passa pela criação de Iniciativas Tecnológicas Conjuntas.



Estas estruturas reunirão recursos da indústria privada, da UE e de programas nacionais para desenvolver um conjunto de iniciativas de I&D ao longo dos próximos anos. A primeira JTI arranca no início do próximo ano e, como explica um comunicado, "orientará a investigação da Europa em sistemas informáticos incorporados".



Criada em Junho de 2004 a ARTEMIS é uma plataforma tecnológica que já contou com a participação de 17 grandes empresas europeias e que se mantém aberta à colaboração de novas empresas.



As JTI permitirão que os Estados-membros alinhem com a UE os seus objectivos de investigação. No caso da ARTEMIS cobre uma área onde o investimento próprio em investigação da indústria europeia se estima na ordem dos 15 a 20 mil milhões de euros por ano. O orçamento da ARTEMIS deverá rondar os 3 mil milhões de euros para os próximos sete anos, dos quais mais de 50 por cento vêm da indústria.



A concretização deste novo modelo de financiamento está a ser discutido hoje em Helsínquia por investigadores, peritos e responsáveis da UE que no encontro conhecerão também mais detalhes sobre o 7º Programa Quadro de Investigação da Europa que irá canalizar uma verba de 9 mil milhões de euros para as Tecnologias da Informação e Comunicação ao longo dos próximos sete anos.



Com este reforço as TIC representam 18 por cento do total do orçamento comunitário aplicado à investigação até 2013. O primeiro convite à apresentação de propostas nesta área, com uma dotação de 1140 milhões de euros, será também conhecido no encontro de Helsínquia.



"Com 9 mil milhões de euros, desafiamos os Estados-Membros, a indústria e o meio académico a juntar-se a nós na luta por uma Europa mais competitiva. Mas não é apenas necessária mais investigação, é também necessária uma investigação com objectivos mais bem definidos", sublinha Viviane Reding, comissária europeia para a Sociedade da Informação.



Um inquérito realizado pela Comissão Europeia já este ano apurou que entre as 1250 empresas com maior actividade no domínio da investigação 39 são americanas, mas 36 são europeias, provando uma diminuição do gap entre as duas regiões. Identificaram-se aqui áreas prioritárias de aplicação de recursos de investigação como o hardware, electrónica, electricidade e software.



Nesta linha foram definidas como áreas prioritárias do 7ºPQ as comunicações, electrónica, fotónica e sistemas e arquitectura de software, campos onde a Europa já detém alguma vantagem.



Outro dos assuntos discutidos em Helsínquia é a possibilidade de criar uma associação industrial que integre os vários participantes na iniciativa ARTEMIS. Esta associação deverá estar operacional em 2008.



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