O mercado nacional de operadores de rede fixa é o alvo de uma nova parceria estratégica criada entre a tecnológica nacional ParaRede e os fabricantes de telecomunicações Ericsson e Cisco. A Aliança para a Banda Larga vai desenvolver uma oferta conjunta de redes multi-serviços (voz, dados e multimédia) baseadas em tecnologia IP, comunicaram hoje as empresas.




A Ericsson e a Cisco Systems tinham já firmado em Abril uma aliança internacional na área da convergência de redes de dados e voz, e a parceria com a portuguesa ParaRede vem na sequência do alargamento dessa conjunção de interesses, actuando como parceiro nacional. Assim, as soluções partem do portfólio tecnológico da Ericsson e da Cisco Systems, ficando a ParaRede com a responsabilidade pelos trabalhos de integração, implementação e suporte das soluções em cada operador.



A convergência entre as redes de voz, dados e multimédia e a utilização da tecnologia IP é vista pelos analistas e consultores como a evolução natural das redes de comunicação fixas, aumentando desta forma as receitas baseadas em serviços adicionais à voz enquanto se estima uma redução nos custos de investimento inicial e de operação das infra-estruturas.



Em comunicado, Paulo Ramos, Presidente da ParaRede, afirma "estou seguro do enorme potencial de negócio que esta aliança entre a Ericsson, a Cisco e a ParaRede vai proporcionar já este ano, pois combina um elevado conhecimento tecnológico a uma vasta experiência de mercado, abrindo novos horizontes aos operadores do lado da oferta, com uma redução dos riscos e dos custos à medida que estes procedem à modernização das suas infra-estruturas de redes".



Em declarações ao TeK, à margem de um encontro promovido pela Ericsson e pelo Semanário Económico, Paulo Ramos acrescentou que "sendo este um investimento indispensável para a modernização das infra-estruturas de rede dos operadores e para a sua adaptação a um mercado cada vez mais concorrencial, a ParaRede espera um impacto bastante positivo do envolvimento nesta aliança".



O responsável aponta 2005 e 2006 como anos de forte investimento na migração para tecnologia de VoIP, por parte dos operadores, que já este ano devem iniciar as primeiras acções neste sentido.



Para estar na aliança, a ParaRede - que se assume como principal interlocutor entre aliança e operadores - investiu em formação que lhe permita munir-se das competências necessárias ao nível da rede fixa, adiantou ainda o seu presidente à margem do encontro.



Neste evento, dedicado aos desafios da rede fixa num contexto de massificação da banda larga, ficou patente a necessidade dos operadores investirem em novos serviços que lhes permitam compensar a quebra de receitas na voz e criar um oferta competitiva, num ambiente de concorrência crescente onde o valor acrescentado e a capacidade de facilitar o uso da tecnologia ditarão o sucesso.



"A Internet já mudou a nossa vida e a massificação dos acessos de banda larga irá provocar alterações ainda mais profundas e criar novos desafios aos operadores na sua relação com os clientes e na forma como colocam as suas ofertas no mercado", resumiu ao TeK Fatima Raimondi, presidente executiva da Ericsson Portugal.



Relativamente a este aspecto a responsável considera que existem dois caminhos possíveis para os operadores "ou assumir um papel de transportadores de pacotes de serviços ou criar valor acrescentado que possa cativar os seus utilizadores. Ambos os cenários implicam alterações significativas ao nível do modelo de negócio", acrescentou.



Nota de Redacção [15:50:00]: A notícia foi alterada com declarações dos responsáveis da Pararede e Ericsson.



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