Depois de um concurso conturbado, que foi contestado pelos operadores e as associações do sector, a adjudicação à Portugal Telecom do upgrade do acesso Internet nas Escolas deverá acontecer nos próximos dias. O contrato está a ser preparado e o despacho da adjudicação foi hoje assinado pelo Ministério da Educação, disse ao TeK fonte do gabinete de comunicação do Plano Tecnológico da Educação.

A operadora histórica já tinha sido identificada como potencial adjudicatária do concurso lançado em Fevereiro e que multiplica por 10 a velocidade de acesso à Internet em 1.200 escolas dos segundo e terceiro ciclo do ensino básico e do secundário. O valor máximo a concurso era de 14,5 milhões de euros.

A adjudicação da instalação dos acessos Internet à Portugal Telecom soma-se à entrega à mesma operadora da instalação, manutenção e gestão da rede de área local nas escolas, assinada recentemente.

Segundo João Trocado da Mata, em declarações recentes ao TeK, com a actualização da ligação Internet nas escolas para fibra-óptica cria-se em Portugal a primeira rede de Nova Geração, que será para já uma das de maior dimensão na Europa. “Esta actualização para um mínimo de 48 Mbps é um salto enorme em relação à velocidade de acesso que existia nas escolas e permite suportar diversos serviços, como o VoIP e o vídeo, entre outros”, justificava o coordenador do Plano Tecnológico da Educação.

O projecto de Internet de Banda Larga de alta velocidade pretende abolir a duplicação de contratos de acesso à Internet actualmente existentes em centenas de escolas, refere o Ministério Segundo as estimativas a contratação do acesso à Internet ao abrigo deste concurso público internacional permitirá poupar até cerca de 20 por cento dos actuais custos com a Internet suportados pelas escolas.

Recorde-se que actualmente as escolas contam com velocidades de ligação na ordem dos 2 aos 4 Mbps, o que é manifestamente insuficiente para as exigências actuais dos sites de Internet e a necessidade de partilha de ligação entre centenas de computadores.

A par da rede de área local, com ligações ethernet e wi-fi, a ligação das escolas em fibra óptica são duas peças chave do Plano Tecnológico da Educação, permitindo levar a Internet a todas as salas de aulas, que serão equipadas com mais computadores, quadros interactivos e servidores, uma componente que é alvo de um concurso ainda a decorrer.

Estão também em marcha outras componentes deste Plano integrado de modernização da rede escolar e dos conteúdos educativos online, assim como da formação TIC dos professores e alunos. Entre os projectos contam-se o Cartão do Aluno, o Portal Escola e a Escola Simplex, assim como as Academias TIC, que já deram os primeiros passos.

Concurso contestado
Este concurso foi contestado desde início pela Apritel e pela Oni que consideraram que as especificações técnicas reduziam substancialmente a competitividade, eliminando mesmo a possibilidade de muitos dos operadores de telecomunicações concorrerem. A Apritel alegou mesmo que a iniciativa foi feita para que só a Portugal Telecom tivesse capacidade para fornecer os acessos consoante as medidas estipuladas.

Ao concurso público internacional apresentaram candidaturas a Portugal Telecom e um consórcio formado pela Oni e Sonaecom, que ficou de fora por ter apresentado uma proposta com um preço acima do que estava definido no regulamento, uma acção propositada já que os operadores pretendiam mostrar que era impossível responder ao preço exigido de 14,5 milhões de euros utilizando os troços de rede e as ofertas grossistas do operador histórico.

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