Daqui a três anos vão existir em todo o mundo 1,5 mil milhões de utilizadores de banda larga. Na rede fixa tecnologias como o ADSL 2+ ou o VDSL vão continuar a potenciar o aparecimento de novos serviços, mas é no móvel que se espera um crescimento mais significativo com o número de utilizadores de tecnologias móveis de banda larga a ficar equiparado ao número de clientes de banda larga fixa também em 2010.
No móvel foi o lançamento do HSDPA que deu o pontapé de saída para a massificação deste tipo de acesso, sobretudo com as actualizações de velocidades proporcionadas pelos operadores. A este nível, 2006 encaixou três actualizações e 2007 começa já com testes dos operadores para um novo upgrade até aos 7 Mbps. Em meados do ano terá lugar nova actualização que irá duplicar a velocidade das placas de dados para os 14 Mbps.
Na visão da Ericsson estas mudanças e a crescente necessidade de largura de banda para suportar novas e mais exigentes aplicações em áreas como o vídeo, a música ou o jogos vão obrigar os operadores a alterar o seu posicionamento, por forma a conseguirem oferecer ao cliente acesso aos seus serviços em qualquer lugar, independentemente da rede usada.
Esta visão materializa-se no conceito Full Service Broadband que permitirá no futuro ter acesso a serviços de banda larga num ecrã à escolha do utilizador: telemóvel, TV ou PC. Para os operadores, garante a Ericsson, esta opção significa maior simplicidade da rede, menores custos e maior capacidade.
O IMS - IP Multimédia Subsystem é uma peça central do conceito, arquitectura que tem vindo a ser explorada e desenvolvida pela Ericsson para integrar serviços e oferecer novas aplicações. Uma das funcionalidades demonstradas pela empresa no último congresso da APDC retratava uma situação em que o filho em casa queria ver um filme para o qual não tinha autorização. O sistema permitia avisar e pedir autorização ao pai via mensagem escrita para o telemóvel, por exemplo.
É nesta linha que são identificados serviços como a Mobile TV como altamente promissores no futuro, exemplifica Hans-Erhard Reiter, responsável pela operação portuguesa da Ericsson. A empresa tem aliás apostado fortemente nesta área com projectos em vários países e a criação de um laboratório em Portugal para a área do multimédia onde a TV no Móvel tem forte relevância.
A área do multimédia é uma aposta forte do grupo não apenas em Portugal mas a nível global como é possível observar com a reorganização estratégica feita pela empresa sueca no início deste ano que concentrou em três unidades de negócio a actividade da Ericsson. Mantêm-se as infra-estruturas e os serviços profissionais e nasce uma área exclusivamente dedicada à área do multimédia. Em Portugal a reorganização teve pouco impacto, uma vez que o processo começou mais cedo e por iniciativa local.
A Ericsson é parceira dos três operadores móveis no HSDPA e de acordo com Hans-Erhard Reiter está também a trabalhar com operadores no que se refere ao IMS. O responsável não adianta nomes mas garante que este ano já irão surgir no mercado português os primeiros serviços assentes na plataforma.
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