A APRITEL realizou hoje em Lisboa a Assembleia Geral de eleição dos novos corpos dirigentes que conduziram à liderança da Associação dos Operadores de Telecomunicações Pedro Norton de Matos, actual presidente da Oni. O novo presidente da APRITEL defende que a efectiva liberalização do mercado de telecomunicações depende actualmente de uma vontade política expressa já que todos os ingredientes necessários estão assegurados, não havendo nenhuma desculpa para a manutenção de uma situação de quase monopólio nas redes de cobre e cabo.
Durante a conferência de imprensa de apresentação dos novos corpos dirigentes da associação, Pedro Norton de Matos explicou aos jornalistas algumas das linhas de actuação da APRITEL para este ano, seguindo o testemunho deixado pela anterior direcção, liderada por Paulo Azevedo, que terminou agora o mandato. Salientando que a questão da concorrência das telecomunicações continua a ser a prioridade da APRITEL, o actual presidente da Oni diz que a associação vai continuar a trabalhar para promover o debate e a maior intervenção das entidades reguladoras para que a liberalização seja efectiva, sobretudo na rede fixa, que compreende a rede de cobre e de cabo, ambas dominadas pela Portugal Telecom.
"Três anos depois do início da liberalização, os novos operadores ganharam 11 a 12 por cento de quota de mercado mas 95 por cento dos acessos mantêm-se nas mãos do mesmo operador", salienta Pedro Norton de Matos.
O novo presidente da Apritel defende que deveria ser estabelecido como designio nacional a promoção da sociedade da Informação e do Conhecimento, um objectivo que foi apadrinhado pela presidência portuguesa da União Europeia em 2000. "Gostava de ver neste ano Portugal dar um salto significativo em frente", reforça Pedro Norton de Matos.
Em final de mandato, Paulo Azevedo, presidente do conselho de administração da SonaeCom, aproveitou para fazer o balanço do último ano durante o qual liderou a APRITEL. Considerando que nos últimos dois anos não se conseguiram grandes progressos relativos na liberalização do mercado, Paulo Azevedo indica que a área mais grave é a da rede de cabo "sobre a qual não foi feito rigorosamente nada". Este tema foi já objecto de um alerta no último relatório da Apritel, que indicava existir nesta área uma situação única na Europa, caracterizada pela posse por parte do operador histórico das duas redes fixas: o cobre e o cabo.
Paulo Azevedo chegou mesmo a defender que de entre as várias soluções para o monopólio existente na rede de cabo e de cobre, a da separação da TV Cabo como empresa independente, cotada em bolsa, poderia ser a que mais rapidamente se tornaria eficaz. "Esta seria 80 por cento da solução", realça, mas não total apesar de apresentar vantagens face a um modelo de liberalização semelhante ao que se processa no cobre que poderia arrastar-se por uma década sem resultados efectivos.
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