A Optimus em parceria com a Quadriga e a Universidade Católica vão testar uma solução tecnológica que permite tratar em tempo real os resultados das sondagens efectuadas à boca das urnas.



Este projecto-piloto vai ser aplicado nos distritos de Bragança e Viana do Castelo e dirige-se a uma amostra de dois mil eleitores que serão convidados a testar o sistema de votação com caneta electrónica para participar na sondagem da Universidade.



Os resultados obtidos são complementares aos resultados recolhidos em papel, mas o objectivo das empresas envolvidas é no futuro poderem oficializar a metodologia e mesmo utilizar a solução a outros níveis.



Após a votação os eleitores são convidados a expressar novamente o seu sentido de voto num impresso idêntico ao utilizado na votação, uma folha de papel que apenas se distingue do normal por ter como fundo milhares de pontos que permitem à caneta electrónica, usada para votar, ler a intenção de voto do eleitor.



Esta caneta - idêntica a uma caneta convencional, mas ligeiramente mais grossa - tem uma câmara de filmar que regista 50 imagens por segundo, memória, bateria, processador e bluetooth. Através desta tecnologia wireless o voto - que fica registado no impresso de forma convencional - é enviado para um telemóvel e daí para um servidor GPRS/UMTS da Optimus.



Estes dados ficam posteriormente disponíveis numa aplicação de tratamento estatístico, desenvolvida pela Quadriga que pode ser visualizada no PC e que será actualizada com intervalos de 10 minutos (mínimo legal exigido) e comunicados à hora de fecho das urnas. O sistema regista também votos nulos e votos em branco.



Antes de cada votação a pessoa que efectua a sondagem deve assinalar num impresso próprio que irá ser registado um novo voto e depois deste ser efectuado assinalar a segunda das duas opções constantes nesse impresso (enviar) para desencadear o envio do voto.



O investimento da Optimus no projecto foi de 10 mil euros, um valor que a operadora considera residual face às potencialidades da tecnologia para aplicação não só neste campo como a outros níveis, explicou Nuno Gomes, responsáveis pelos serviços de dados para a área corporate da Optimus.



Em conferência de imprensa, responsáveis das duas empresas apontaram alguns segmentos onde consideram que a aplicação poderia ser utilizada como nos serviços de estafetas ou outros que impliquem notificação na recepção de encomendas ou material.



Segundo Valério Marques da Quadriga, o facto de se tratar de um mecanismo simples que pode ser usado sem formação e a possibilidade que oferece de centralizar em tempo real informação garantem o seu potencial. Foram também citados como exemplos de aplicabilidade da tecnologia áreas como os estudos de mercado, envio de faxes ou requisições de bens e serviços.



As duas empresas dizem que vão continuar a trabalhar em conjunto nesta solução, sem detalharem objectivos concretos.



A Quadriga referiu no entanto que está já a trabalhar num desenvolvimento desta aplicação para a leitura de caracteres, o que poderá estender a sua aplicabilidade a áreas mais complexas.



A Nokia entra também neste projecto como parceiro tecnológico sendo responsável pelo desenvolvimento dos equipamentos móveis utilizados e das canetas. De acordo com os responsáveis uma caneta deste tipo custa à volta de 100 euros e o papel tem um custo pouco superior ao do papel normal.



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