Portugal desliga em definitivo esta semana o sinal analógico de televisão. 26 de abril é o dia escolhido para encerrar o percurso de transição para a televisão digital terrestre, quatro meses após o início de um processo de desligamento faseado e quase um ano após o arranque dos pilotos que fizeram os primeiros testes no terreno dos impactos da mudança.



Alenquer, Agualva-Cacém, Alcobaça e Nazaré foram os primeiros locais do país a desligar o sinal analógico de TV. Seguiram-se no início do ano a zona litoral do país e progressivamente outras regiões. A última das quais a das ilhas.



Para a terceira e última fase do processo ficaram 15 emissores que alimentam algumas dezenas de retransmissores em 17 distritos e mais de cem concelhos do país de norte a sul do território, mas com uma expressão importante no interior.



Ao longo do processo a Anacom, que o coordena, tem feito vários estudos. Os mais recentes mostram que 96% dos portugueses estão informados sobre a TDT, ou que 8% das famílias que não têm serviços pagos de televisão - condição que dispensa medidas para migrar para os novos serviços digitais - não pretendem acompanhar a transição para a TV digital. Não precisar de televisão ou considerar a mudança demasiado cara são as principais razões apontadas por quem não pretende adotar a TV digital.



Contas feitas pelo Correio da Manhã na semana passada mostram que desde o início do processo os portugueses gastaram perto de 377 milhões de euros com a mudança para a televisão digital, entre compras de novos televisores (351 milhões de euros) e descodificadores (25,5 milhões de euros). Os números têm em conta o preço médio dos descodificadores que permitem ligar à TDT as TVs mais antigas, não compatíveis com a tecnologia escolhida para assegurar o serviço, bem como o preço médio dos televisores com DVB-T e MPEG-4/H.264 vendidos desde o início do ano passado e até final de fevereiro.



Os custos associados à migração têm originado críticas que tiveram resposta da parte do regulador com vários ajustes ao programa de ajudas definido no início do processo. A última alteração teve ligar no final de março e estendeu os apoios disponíveis também à instalação, como o TeK já teve oportunidade de detalhar.




A introdução dos serviços digitais de televisão em sinal aberto, em Portugal, ficou marcada por um processo longo e complicado com vário avanços e recuos. Os primeiros passos para a introdução da TDT foram dados ainda no milénio passado, embora fosse já nos primeiros anos da década passada que o calendário da TDT tivesse começado a ser construído. Pode rever aqui a cronologia feita pelo TeK no início do ano, recordando alguns dos principais momentos.



No dia 26 a última operação de desligamento vai afetar espectadores em 17 concelhos: Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.




A lista de emissores que serão desligados no próximo dia 26 de abril pode ser consultada abaixo:



  • Bornes
  • Bragança (Nogueira)
  • Faro (São Miguel)
  • Gardunha
  • Leiranco
  • Lousã
  • Marão
  • Marofa
  • Mendro
  • Montejunto
  • Mosteiro
  • Muro
  • Portalegre (São Mamede)
  • Porto (Monte da Virgem)
  • Valença




Associados a estes emissores estão algumas dezenas de retransmissores. A lista completa pode ser consultada no site da Anacom, ou através deste link.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira



Nota da Redação: Foi corrigida a referência aos distritos e concelhos abrangidos nesta terceira fase.