O IOL anunciou hoje que até final do mês vai comercializar um adaptador analógico/digital que permitirá estender o âmbito de utilização do serviço IOL Talki. O equipamento suporta até 2 telefones fixos e liga directamente ao modem de Internet do utilizador.



O objectivo é garantir que os utilizadores possam usar o VoIP sem ter de ligar o PC e possam fazê-lo a partir do seu telefone tradicional. "O computador tem menos mobilidade na habitação e um conjunto de barreiras que desta forma queremos ultrapassar", explicou Manuel Castelo Branco, director geral da Media Capital Telecomunicações, em conferência de imprensa.



O equipamento é desenhado pela Linksys, uma empresa da Cisco, e poderá ser adquirido juntamente com o software necessário para activar o serviço por um valor entre 75 e 90 euros, que inclui um mês de chamadas ilimitadas para destinos nacionais, na fase de promoção. O primeiro ponto de comercialização do novo pacote vai ser o site da empresa, onde o preço final da oferta não está ainda fechado. Por resolver estão questões relacionadas com os custos inerentes aos portes de envio.



Manuel Castelo-Branco afirmou ainda que, em comparação com o Skype, os preços praticados através do IOL Talki para destinos nacionais são 80 por cento mais baratos; para destinos nos Estados Unidos são 21 por cento mais baratos e para Espanha 14 por cento. Outra das diferenças apontadas relativamente ao popular serviço está nas formas de pagamento, já que o Skype apenas aceita pagamento via cartão de crédito e a Media Capital fornece um conjunto de outras alternativas.



Foram ainda apresentadas comparações com a oferta da PT no plano PT Mix 200, que segundo a empresa tem um custo 77 por cento acima do praticado pelo IOL Talki e no plano PT Europa Total que oferece um pacote de 100 minutos de comunicações, contra os 500 oferecidos pelo Talki, com um custo 87 por cento acima.



Resultados da consulta pública para o VoIP aguardados com expectativa


Manuel Castelo-Branco admitiu aos jornalistas que a empresa aguarda com expectativa os resultados da consulta pública recentemente lançada pelo regulador para o VoIP. Os comentários da Media Capital a esta iniciativa vão reflectir as principais preocupações da empresa relativamente à nova tecnologia e às condições que vêem como essenciais para promover o seu desenvolvimento, resumidos em três pontos essenciais.



São eles a atribuição de uma numeração geográfica, possibilidade de portabilidade do número (aplicando o principio de neutralidade tecnológica) e a necessidade de promover a desagregação do lacete local apenas na sua componente de dados, "uma situação que hoje é tecnicamente possível e só não é feita por inércia", refere o responsável.



A empresa considera que a atribuição de uma numeração geográfica para o VoIP é importante para acelerar a adopção do serviço e considera que caso o regulador não decida neste sentido "é uma oportunidade perdida de voltar a colocar Portugal na liderança tecnológica que assegurou no móvel".



Manuel Castelo-Branco explicou que o pedido para atribuição de numeração geográfica aos clientes Talki vem sendo feito à Anacom desde Abril e face à não autorização do regulador foi até reformulado passando a visar a apenas os utilizadores do Talki que usassem telefone fixo (o serviço que agora foi anunciado). Este segundo pedido foi também recusado.



Recorde-se que a Anacom comunicou na semana passada a abertura de uma consulta pública através da qual pretende apurar as opiniões dos operadores de telecomunicações sobre a criação de uma nova gama de numeração para os serviços nómadas, que iniciaria pelo número 3.



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