Siemens vende divisão de telemóveis à asiática BenQ

Num movimento já esperado, a Siemens anuncia hoje que vai vender o fabrico de telemóveis à asiática BenQ, que pode usar a marca durante cinco anos. A divisão da empresa alemã tinha registado em 2004 prejuízos recorde, o que motivou a procura de comprador.

Depois de ter anunciado em Abril que procurava um comprador interessado na sua divisão de telefones móveis, a Siemens confirmou hoje ter concluído um acordo de venda com a BenQ, uma empresa da Formosa que fabrica já telemóveis, assim como outros produtos de electrónica de consumo. A BenQ vai assumir a produção dos telemóveis da Siemens, assim como os cerca de 6 mil funcionários que a empresa possuía nesta divisão.



O acordo deverá estar finalizado no quarto trimestre fiscal da Siemens e a empresa alemã vai adquirir 50 milhões de euros de acções da BenQ, elegendo-a ainda como parceiro preferencial no mercado de soluções móveis.



A compra da unidade de telemóveis permitirá à BenQ utilizar a marca Siemens, mas também exige a assimilação das unidades de produção em três continentes, nomeadamente em Manaus no Brasil, em Kamp-Lintfort na Alemanha e ainda em Shangai, na China, onde existe uma joint venture com um parceiro Chinês.

"Com esta parceria encontrámos uma perspectiva sustentável para o nosso negócio de telefones móveis. A BenQ e a Siemens complementam-se de forma ideal", afirmou Klaus Kleinfeld, CEO da Siemens AG, em comunicado. O director executivo da empresa alemã garante ainda que as duas empresas vão unificar as suas competências geograficamente, o que dará à BenQ acesso aos mercados europeus e da América latina.



A unidade de telefones móveis da Siemens emprega mais de 6 mil pessoas e teve uma facturação de 5 mil milhões de euros no último ano. Em 2004 a Siemens perdeu mais de 500 milhões de euros no negócio móvel, apesar de manter o segundo lugar de vendas na Europa e o quarto a nível mundial, tendo anunciado em Abril deste ano que estava à procura de um comprador para a unidade de telefones móveis.



Recorde-se que outras grandes empresas europeias tomaram também a decisão de entregar a produção de telefones móveis a fabricantes asiáticos. A Ericsson estabelecer uma joint venture com a Sony e a Alcatel fez uma aliança com a chinesa TCL Mobile.

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