A Tele2 apresentou hoje, em conferência de imprensa, algumas das linhas mestras da sua estratégia que a partir da próxima sexta-feira pretende apresentar ao mercado português. A empresa sueca, com operações em vários países europeus, apresenta-se como "a operadora dos preços baixos" e é com esse trunfo que pretende roubar quota de mercado ao operador incumbente que, dois anos após a liberalização efectiva, mantêm o controle de mais de 90 por cento do mercado de telecomunicações fixas.



"O serviço de telefonia da Tele2 não prevê assinatura mensal, consumo mínimo obrigatório de minutos, mudança de número ou qualquer custo adicional", referiu Alexandra Garcia Pulido, directora de marketing da empresa para o mercado português. A responsável explicou, a título de exemplo, que uma chamada local em horário normal é cobrada pela PT a 2,38 cêntimos por minuto, enquanto a Tele2 cobra a mesma operação a 1 cêntimo por minuto. No caso das chamadas nacionais em horário normal, estas são cobradas pela Tele2 a 4 cêntimos por minuto, enquanto a PT cobra 8,78 cêntimos, pelo mesmo tempo de conversação.



Apostando nesta diferença a operadora pretende, no primeiro ano de actividade, captar 100 mil novos clientes evoluindo para 500 mil clientes no terceiro ano de actividade (altura em que pretende obter o retorno dos investimentos efectuados no país).



O modelo de negócio utilizado pela Tele2 é o do acesso indirecto, utilizando a rede da PT para fornecer os seus serviços. Dentro desta modalidade, o cliente pode optar pela pré-selecção manual ou automática. A primeira é activada através de uma chamada para um número grátis, permitindo ao operador recolher dados do cliente para posterior cobrança de serviços. A segunda (pré-selecção automática) implica o preenchimento de uma autorização que será entregue à PT pela Tele2. Conforme configurado na legislação, o operador incumbente é obrigado a fornecer o serviço até cinco dias úteis após a entrega do pedido.



O valor do investimento não foi revelado mas, a Tele2 garante não ser significativo já que o modelo de negócio da operadora assenta no fornecimento indirecto de serviços. As estruturas de apoio ao cliente e a componente de marketing correspondem aos principais encargos da empresa.



A Tele2 conta com seis milhões de clientes no sul da Europa, 6,3 milhões no norte da Europa, 1,9 milhões no Benelux, 2,3 milhões na Europa Central e 1,7 milhões na Europa de Leste. A operadora entrou no mercado em 1993 e está presente em cerca de 22 países europeus.



Fora de Portugal, a operadora sueca fornece também serviços de cabo, telefonia móvel e terceira geração. A médio prazo é possível que venha a fornecer, também em Portugal, serviços de telefonia móvel, ao abrigo da figura de MVO (operador móvel virtual), uma possibilidade relativamente à qual a legislação portuguesa não é muito clara e que até à data nenhum operador conseguiu utilizar. Recorde-se que a Maxitel tentou avançar com um pedido semelhante junto do regulador, sem sucesso.



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