Telefónica Móviles avança com i-mode e congela investimentos UMTS na Europa

25 jul 2002 07:54

Este artigo tem mais de 22 anos

No mesmo dia em que a operadora móvel do grupo Telefónica anunciou um acordo com a NTT DoCoMo para licenciar a tecnologia i-mode, foi revelado o congelamento dos investimentos UMTS na Europa face a elevadas perdas financeiras no semestre.

A Telefónica Móviles anunciou ontem ter realizado um acordo com a operadora japonesa NTT DoCoMo para a utilização da tecnologia i-mode em Espanha já a partir do primeiro semestre de 2003. Também ontem foram conhecidas as elevadas perdas financeiras sofridas pelo grupo Telefónica, que penalizaram sobretudo a operadora móvel, o que elevou à decisão de congelamento dos investimentos UMTS e substituição do presidente.

A Telefónica Móviles apresentou neste primeiro semestre de 2002 resultados negativos superiores a 4 mil milhões de euros. Os prejuízos foram também sentidos dentro da operadora fixa, a Telefónica, tendo o grupo apresentado resultados negativos de 5,7 mil milhões de euros quando no mesmo período do ano passado os lucros foram de 1.148 milhões de euros.

Face a estes resultados, a empresa decidiu congelar os seus investimentos europeus na tecnologia UMTS. A terceira geração móvel é considerada uma das principais causadoras destas perdas devido aos elevados valores que a Telefónica teve de pagar por algumas licenças que não se tiveram ainda qualquer retorno financeiro devido ao atraso da tecnologia.

Também na sequência dos resultados, foi conhecida a decisão do presidente da Telefónica Móviles, Luis Lada, de abandonar o seu cargo que ocupava deste 1994. Luis Lada será substituído por Antonio Viana-Baptista, mas irá manter-se na empresa, passando a dedicar-se à área de regulamentação e planeamento estratégico.

Apesar destes reveses, foi também ontem conhecida a decisão da empresa de licenciar a tecnologia de acesso à Internet através de telemóvel da NTT DoCoMo, conhecida por i-mode. O acordo da Telefónica Móviles com a operadora japonesa prevê a entrada em funcionamento da tecnologia no primeiro semestre de 2003.

O acordo tem uma validade de 5 anos e inclui uma cooperação tecnológica e intercâmbio de funcionários, juntando-se deste modo a Telefónica Móviles à KPN Mobile, E-Plus Mobilfunk e Bouygues Telecom que já licenciaram o sistema para a Europa.