Lançada no final do mês passado a TDT já é uma realidade para 40 por cento da população, o que não significa que tenha nascido uma nova alternativa atractiva e tentadora face a ofertas como o cabo ou a IPTV, que já fornecem serviços digitais de televisão, com canais de alta definição a mistura.

No futuro a TDT há-de ser uma mistura de canais pagos e canais de acesso livre (mais dois que os 4 actuais). Hoje ainda não é. Tem para oferecer apenas quatro canais e um conjunto de funcionalidades, que também estão disponíveis em algumas ofertas concorrentes, suportadas em tecnologias diferentes (como a possibilidade de gravar, parar ou recomeçar programas, guia electrónico de programação, etc).

Para quem não subscreve nenhum destes serviços, entrar na TDT significa sem dúvida uma enorme melhoria na qualidade de imagem e som mas, há que analisar a questão dos custos. Se é verdade que o acesso em si aos quatro canais é gratuito, também é verdade que para lá chegar é preciso ter uma TV compatível ou uma caixa descodificadora.

Nas lojas portugueses já há uma oferta variada de TVs compatíveis com a combinação DVB-T/MPEG 4 - H264. As opções mais baratas rondam os 300 euros, mas a média de preços está próxima dos mil euros. Os descodificadores são uma opção mais barata, embora para já também com menos escolha.

Existem produtos básicos (que não permitem a gravação de programas e outras funcionalidades que exijam espaço em disco) com preços em torno dos 90 euros, enquanto as caixas com disco rígido custam cerca de 150 euros.

Sabendo-se que nos próximos meses a chegada de mais produto ao mercado fará baixar significativamente o preço, quer de TVs, quer de descodificadores, e que à data do "desligamento" da TV analógica a PT, que fornece o serviço, estará a subsidiar boxes com funcionalidades básicas, pelo menos para faixas carenciadas da população, perguntámos aos nossos leitores que motivação tinham para entrar desde já na TDT.

[caption]resultados votação TDT[/caption]

1807 leitores responderam ao desafio mas só uma minoria se mostra disponível para investir já numa das formas possíveis de acesso à nova tecnologia, 9 por cento. A maior parte das respostas distribuíram-se pelo Não, que traduz o desinteresse no acesso à tecnologia e pela vontade de esperar até que os preços dos equipamentos sejam mais apelativos, ou esteja disponível alguma forma de subsidiação. Na altura em que capturámos os resultados havia mesmo um empate entre as duas hipóteses de votação (46 por cento), um resultado que se deve a questões de arredondamentos de números no momento da captura, mas que é conclusivo.

Importa referir que a própria PT apresentou na altura em que detalhou a sua proposta para o serviço de TDT uma estimativa de preços para as boxes que dão acesso ao serviço, apontando para um valor de 50 euros (nos equipamentos básicos).

Nota da Redacção: A análise das Votações do TeK não tem como objectivo fazer uma avaliação estatística rigorosa e extrapolável para a realidade nacional de cada tema, representando apenas a opinião dos leitores que voluntariamente responderam ao inquérito.