O presidente da Associação Comércio Electrónico e Publicidade Interactiva partilhou com os leitores do TeK a sua visão sobre a Agenda Digital, ontem apresentada pelo Governo.



O pacote de 26 medidas propõe um conjunto de acções que convergem na intenção de promover o uso das TIC na educação, serviços públicos ou saúde.



Alexandre Nilo da Fonseca aponta o que, na visão da associação, devem ser as prioridades para desenvolver a economia digital no país. Entre os aspectos apontados há convergência com as prioridades elencadas pelo Governo e algumas ideias adicionais.

[caption]Alexandre Fonseca[/caption]

TeK: Como acolhe a ACEPI a Agenda Digital hoje apresentada pelo Governo. Na perspectiva da associação que medidas são mais relevantes e que impacto se antecipa para o comércio electrónico?

Alexandre Nilo Fonseca:
O anúncio dos objectivos da Agenda Digital 2015 para Portugal é recebido de forma positiva pela ACEPI. Mas para desenvolver a Economia Digital em Portugal é fundamental desenvolver uma estratégia assente em três pilares principais:

- Aumentar a Literacia Digital dos portugueses. Cerca de 50% da população portuguesa ainda não utiliza a Internet. Existe uma relação directa entre a taxa de escolaridade e taxa de penetração da Internet numa população. Apesar dos grandes avanços verificados nas últimas décadas em Portugal, através de programas, é preciso continuar a apostar no desenvolvimento das competências digitais quer dos estudantes quer dos profissionais.

- Aumentar a capacidade de internacionalização das empresas portuguesas. O comércio electrónico pode ser uma extraordinária oportunidade para as empresas portuguesas expandirem a sua actividade além-fronteiras. Devem ser criados mecanismos que facilitem a criação e desenvolvimento de negócios electrónicos. É fundamental que se ajudem as empresas a apostar na qualidade, por forma a aumentar a confiança dos consumidores.

- Redes de Nova Geração para todos. A democratização da banda larga é um facto crítico de desenvolvimento da sociedade de informação e da economia digital. Existe uma relação directa entre a disponibilidade de banda larga num país e a adesão ao comércio electrónico.