Em resposta a tempos de crise, a Epson reposicionou o seu negócio e quer agora afirmar-se como um fornecedor de soluções globais, tentando ultrapassar a associação quase exclusiva ao mercado de consumo.

Na comemoração dos 20 anos da empresa em Portugal, o TeK falou com Hiromi Taba, presidente para a Europa, sobre os resultados de negócio mais recentes e sobre a nova estratégia.

TeK: Como está a correr o negócio da Epson na Europa? Como se compara com o restante negócio?

Hiromi Taba:
De momento estamos a recuperar desta "contracção" económica do mercado que atingiu muitas outras empresas. Mas no corrente ano fiscal, que termina agora a 31 de Março, estamos 10 por cento acima do registado no ano fiscal anterior.
Se incluirmos a África e o Médio Oriente, nesses territórios emergentes o crescimento das receitas é muito maior do que nos países europeus. Mas também estamos a crescer na Europa Ocidental...
Dentro das receitas globais, a região EMEA representa 35 por cento do negócio.

TeK: Quais os produtos que se vendem melhor na EMEA: impressoras ou videoprojectores?

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Hiromi Haba:
As impressoras são responsáveis pela maior parte das receitas. Note-se que este tipo de vendas não acaba com a compra do hardware propriamente dito: os clientes regressam para comprar consumíveis por isso há uma parte da receita que reflecte o pós-venda. Por isso, o negócio da impressão é o mais representativo, seguido pelo negócio audiovisual.

Particularmente, neste período de recessão, as vendas de videoprojectores foram excelentes. Acho que isso ficou a dever-se, na minha opinião, ao facto de que, por muito má que seja a situação económica, nenhum país quer cortar o investimento na educação, porque é uma área estratégica de futuro.

TeK: E em relação a Portugal, que balanço fazem destes 20 anos de história no país?

Hiromi Haba:
Tem havido alguns altos e baixos, mas penso que podemos dizer que as vendas têm vindo a evoluir de forma consistente. No seguimento do que estava a dizer antes, as vendas na área da educação tiveram resultados extraordinárias, em 2008, ano em que colaborámos com o Ministério da Educação português para instalar videoprojectores num conjunto alargado de escolas.

Foi uma conquista fenomenal, não só para a Epson Portugal, mas também a nível global.

Tek: Há alguns meses atrás, Pedro Pepino, director da Epson para Portugal, defendeu que a estratégia da Epson estava agora mais centrada no segmento empresarial, com a oferta de um conjunto alargado de produtos, e que o segmento de consumo, embora importante, ficaria um pouco para trás. Esta foi uma das formas encontradas pela Epson para lidar com o "fantasma" do "printing less"?

Hiromi Taba:
Sim. Essa foi a estratégia adoptada globalmente pela Epson. Embora continuemos a apostar no mercado de consumo, estamos seriamente a tentar entrar no segmento empresaria, desde as pequenas às muito grandes empresas. Infelizmente ou felizmente, não temos uma presença acentuada nas grandes empresas, por isso temos muito espaço por onde crescer.

Um aspecto importante que temos notado é que no ambiente empresarial tradicional o espaço dedicado à impressão está ocupado por tecnologias antigas. Por isso estamos a apresentar um portfólio de substituição excelente, com produtos que consomem menos energia, mais amigos do ambiente e também com um custo total de propriedade muito mais baixo. Estrategicamente, é aí que vemos um potencial de crescimento enorme para nós.

TeK: De facto, nos últimos anos muito mudou no negócio da impressão, com o surgimento de conceitos como managed printing services, cloud e gestão documental nas empresas. Como é que vê cada um destes conceitos e de que forma está a Epson a responder a estes requisitos?

Hiromi Taba:
Relativamente aos MPS acreditamos que terão tendência para crescer. As empresas, neste momento, não querem ser proprietárias dos equipamentos. As tecnologias tornam-se obsoletas rapidamente e esta é a principal razão para tornar o conceito de MPS tão popular. A Epson está perfeitamente consciente disso e em alguns países já começou a oferecer serviços nesse sentido, não só relativamente às impressoras, mas incluindo também os videoprojectores.

Já a cloud é a buzz word do momento na indústria das tecnologias. Não há quem não fale nela. O cloud printing está a tornar-se muito importante tanto para os consumidores, como para as empresas. Claro que quando desenvolvemos produtos temos isto em mente e temos novos produtos "na calha" que vão ao encontro destes requisitos.

No que diz respeito ao conceito de document management, posso soar um pouco contraditório porque o core do nosso negócio é a impressão, mas ao mesmo tempo olhamos com muita atenção para as tendências gerais da indústria e há muitos clientes que não querem imprimir. No seu lugar querem arquivar os documentos de forma electrónica.

No nosso portfólio também temos de dar resposta a estas exigências, por isso temos um número interessante de scanners e também estamos a colaborar com integradores especialistas em sistemas de gestão de documentos, além de termos os nossos próprios recursos internos, com vista a podermos oferecer este tipo de solução aos nossos clientes.