A Primavera anunciou recentemente que foi escolhida pela Galp Energia para apoiar a gestão do negócio de distribuição de produtos petrolíferos da empresa em Angola, Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-Bissau, Moçambique e Suazilândia.



Na sequência da nota, o TeK aproveitou para falar com Jorge Marques, responsável pelos mercados africanos da Primavera BSS, e perceber o impacto do acordo com a Galp para os mercados africanos.



A conversa serviu também para saber detalhes relativamente à estratégia de internacionalização da fabricante portuguesa de soluções de software de gestão e perceber a importância dos diferentes mercados em que esta já está presente.




[caption]Jorge Marques[/caption]




TeK: Qual a relevância deste negócio com a Galp para a Primavera? Ao nível dos resultados da empresa que impacto terá?

Jorge Marques: É um projeto bastante relevante para a Primavera, não apenas pelas receitas geradas ao longo dos já vários anos de relação, mas pelos permanentes desafios que a GALP Energia nos tem colocado e a que temos sabido responder, tanto em termos de produto como em capacidade de implementação e de acompanhamento permanente aos inúmeros utilizadores, distribuídos por seis países em África.



TeK: Que percentagem do vosso negócio já é hoje assegurada pelo mercado externo?

Jorge Marques: Em 2010, o peso dos mercados externos foi de 27%. Mesmo não estando ainda concluído o balanço de 2011, é certo que este valor vai aumentar relativamente ao ano anterior.



TeK: Dos vários mercados internacionais onde a Primavera já está qual é hoje o mais relevante? Que tipo de empresas e projetos estão a apoiar nesse país?

Jorge Marques: Angola é neste momento o mercado mais relevante para a Primavera em África com uma rede de mais de 20 parceiros locais e mais de 3.000 clientes praticamente de todos os sectores de atividade. Temos projetos de grande dimensão e complexidade no sector da construção civil (estamos a apoiar diversas empresas portuguesas a atuar em África), na indústria petrolífera e na indústria cervejeira (com a Cuca, a maior cervejeira angolana), entre outros. O mercado moçambicano também está a revelar um grande dinamismo, o que motivou a abertura da sucursal da Primavera Moçambique em Maputo, em 2010.




TeK: Em 2012 têm planos para entrar em mais mercados internacionais?

Jorge Marques: A Primavera está permanentemente atenta a oportunidades nas mais diversas geografias, e disponível para acompanhar os seus clientes nos seus projetos de internacionalização.
Estamos neste momento em fase avançada de análise do processo de abordagem a novos mercados em África, nomeadamente em países de língua oficial Inglesa.



TeK: A internacionalização da Primavera tem-se feito essencialmente pelo acompanhamento de clientes nacionais para outros mercados, ou pesa mais a conquista de clientes novos, angariados nos países para onde internacionalizam?

Jorge Marques: Em mercados onde temos uma presença consolidada (seja diretamente, seja através de parceiros) como Angola, Moçambique, Cabo Verde e Espanha, o peso dos clientes angariados localmente é substancialmente superior ao dos clientes que angariamos e acompanhamos desde Portugal. As soluções Primavera continuam a ser uma referência para as empresas portuguesas que se expandem para África, quer sejam já ou não clientes da Primavera em Portugal, pelo que temos sido o parceiro tecnológico escolhido em muitos processos de internacionalização das empresas nacionais.

Em mercados onde não possuímos estruturas locais, nem parceiros comerciais aumenta claramente a importância das oportunidades geradas no seguimento de clientes para esses mercados, não só de Portugal (como o caso da GALP Energia) mas também de outros países onde estamos presentes.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira