A HP apresentou os primeiros serviços de impressão na nuvem (cloud printing) há um ano, com o lançamento do ePrint, mas a empresa tem vindo a reforçar a sua estratégia, abarcando as várias áreas onde identifica oportunidades de crescimento.

À margem da conferência de imprensa que se realizou hoje em Cascais, Manel Martinez, vice presidente da HP EMEA e general manager da divisão de impressão na Ibéria, respondeu às questões do TeK sobre as barreiras ao desenvolvimento do cloud printing.

TeK: Quais são as principais barreiras ao desenvolvimento do cloud printing? Quais são os factores que podem impedir a utilização da tecnologia?
Manel Martinez:
Acho que há alguns factores a considerar. Primeiro a tecnologia deve estar disponível de forma lata, deve ser fácil de usar e segura. Estes elementos precisam de ser muito claros para todos ou podem impedir as pessoas de utilizar o cloud printing. E isto para os consumidores e para as empresas porque os elementos são muito similares.
As pessoas que interagem com a tecnologia estão nas empresas mas também são consumidores domésticos e é preciso que consigam sentir-se confortáveis em usar qualquer dispositivo, de forma fácil e em segurança para imprimir.
É nestas três áreas que estamos a fazer um grande investimento.

[caption]Manel Martinez[/caption]

TeK: E o custo dos dados móveis? Acha que pode também ser uma barreira à adopção destas soluções de cloud printing?

M.M. :
Sim, mas acho que a necessidade dos utilizadores é tão premente que as ofertas têm de ser cada vez mais competitivas. E vemos os pacotes dos operadores a mudar. Os serviços que agora temos por 100 euros são muito mais vastos do que tínhamos... da rede fixa à móvel e Internet.
Por isso penso que a tendência é para continuar, com ofertas mais competitivas porque todas as pessoas têm necessidade de estar ligadas.

Mas eu concordo é preciso haver disponibilidade da rede, rápida e a um preço justo para que o cloud computing possa crescer.

TeK: Há também algumas ameaças que têm de ser consideradas quando colocamos a nossa impressora na Web, como o spam, por exemplo. Não queremos receber certas mensagens que são impressas na impressora lá de casa... O que está a HP a fazer neste sentido?
M.M. :
Para os consumidores as soluções passam pelo HP Cloud, que tem todos os mecanismos para assegurar que o conteúdo é tratado de forma segura. Para evitar o spam tem várias formas: o endereço de email da sua impressora é único - é definido pelo utilizador quando configura a impressora e só o partilha com quem quer. E pode ainda definir uma black list e uma white list, dizendo quais os emails a partir dos quais não quer nenhum conteúdo impresso e quais os emails que têm autorização para imprimir. Mas há ainda outros mecanismos, como o facto de os conteúdos serem apagados automaticamente da cloud se não forem impressos ao fim de 24 horas.
Para as empresas os critérios são semelhantes, mas há alguns mecanismos mais avançados, como soluções de pull printing - em que o conteúdo só é impresso quando o utilizador se identifica, com um cartão ou um código de acesso. Mas há ainda outros níveis de segurança que podemos implementar no ambiente empresarial.

TeK: E em relação à interoperabilidade? Acredita que estas soluções vão estar disponíveis em todos os dispositivos?
M.M.:
A forma como o ePrint funciona é essa: qualquer equipamento que possa enviar um email pode ligar-se através do ePrint. Esta é uma questão fundamental porque não queremos estar a construir silos isolados. E todos temos de desenvolver soluções que sejam abertas e funcionem em diferentes ambientes para que exista interoperabilidade.

TeK: Vi que o ePrint está disponível para iOS, BlackBerry e WebOS, mas não há referências à Nokia e ao Windows, ou ao Android... Também vai ser lançado para estas plataformas? Já há uma data?
M.M.:
Queremos lançar o ePrint para todas as plataformas relevantes. Mas não temos datas para nenhuma plataforma que ainda não está disponível...