Todas as empresas se preocupam com a segurança do negócio que desenvolvem, independentemente da sua dimensão, embora os chamados serviços de Disaster Recovery ainda não gozem de grande popularidade entre as PMEs.


Depois do 11 de Setembro de 2001, este tipo de soluções voltou mais uma vez à ribalta com as recentes cheias na Europa, e o TeK decidiu ver como vai esta área de negócio junto da IBM, uma das fornecedoras de serviços de Disaster Recovery que mantém em Portugal dois centros de recuperação de desastre e continuidade do negócio (BC&RS), repletos de PCs, servidores, tapes e malas seladas que guardam a preciosa informação dos seus clientes.



TeK: Tentando desfazer uma ideia que parece ter-se generalizado: os serviços de Disaster Recovery são apenas para as grandes empresas? O que terá contribuído para tal consenso entre os negócios de menor dimensão, o custo normalmente associado - ou que se pensa associado - a este tipo de serviços?

Paulo Machado:
É uma ideia que se instalou quando há uns anos atrás se oferecia este tipo de soluções com base em hardware dedicado, o que se traduzia naturalmente em custos finais elevados. Existem hoje ofertas com base em equipamento partilhado acessíveis às PMEs - a partir de 150 euros mensais.



TeK: Quantos clientes tem a IBM Portugal na área de Business Continuity and Recovery Services (BC&RS) entre as consideradas grandes empresas para o mercado nacional? E PMEs?

P.M.:
A IBM tem em Portugal cerca de duas dezenas de clientes na área das grandes empresas. Entre as PMEs, o número é consideravelmente superior.



TeK: Que tipo de serviço costumam contratar convosco, qual é o mais comum, num e outro caso?

P.M.:
O maior número de solicitações incide na procura de uma infra-estrutura de contingência com um nível de serviço e dimensionamento ajustados aos requisitos operacionais identificados.



TeK: Quais os custos anuais normalmente associados à contratação de um serviço de BC&RS para uma grande empresa e para uma PME?

P.M.:
Os custos associados a um serviço de BC&RS para as PMEs têm custos anuais a partir de 1.800 euros, enquanto que para as grandes empresas os números são naturalmente bastante superiores, com valores a partir de 25.000 euros anuais.



TeK: A tecnologia utilizada pelas empresas tem de obedecer a algum requisito para que essas mesmas empresas possam ser vossas clientes?

P.M.:
Não existem pré-requisitos. As ofertas são extensíveis a equipamentos de outros fornecedores para além da IBM.



TeK: A banca e as seguradoras continuam a ser as principais clientes de serviços de Disaster Recover? Que outro tipo de negócio não deverá descurar nunca a contratação de serviços deste género?

P.M.:
O sector financeiro continua de facto a ser aquele que representa o maior volume de negócio. O tipo de actividade, independentemente do sector em que insere, naturalmente candidato a este tipo de serviços é aquele que está mais exposto a consideráveis prejuízos perante a indisponibilidade da infra-estrutura de suporte ao seu negócio.



TeK: Quais as condições oferecidas pela IBM Portugal às empresas interessadas em contratar convosco serviços de BC&RS?

P.M.:
A IBM dispõe em Portugal de um vasto portfolio de ofertas cobrindo as mais variadas necessidades, desde as soluções para recuperação da operacionalidade em questão de dias, até às soluções mais avançadas em que a mesma se realiza em questão de minutos. Estes serviços estão assentes em dois Centros de Recuperação em Portugal (Lisboa e Porto) integrados numa rede mundial, totalizando 120 Centros dispersos por 76 países. Complementarmente, estão disponíveis serviços de consultoria para aconselhamento e dimensionamento deste tipo de soluções em linha com as necessidades de cada empresa e a elaboração de Planos de Contingência, fundamentais em qualquer processo de recuperação.



TeK: Em que altura se iniciou área de negócio da IBM em Portugal e como tem evoluído desde então?

P.M.:
A IBM em Portugal iniciou esta área de negócio há mais de uma década. Contudo, 1998 foi um ano de viragem consubstanciada em fortes investimentos associados à abertura dos Centros de Recuperação de Lisboa e Porto e respectiva equipa de suporte operacional. Estrategicamente, permitiu-nos estar hoje numa posição de liderança neste sector de mercado em Portugal.



TeK: Quantos elementos tem a equipa desta área de negócio da IBM?

P.M.:
A IBM tem em Portugal 11 elementos dedicados a esta área de negócio recorrendo complementarmente aos mais de 200 profissionais integrados nas área de serviços de hardware e software.



TeK: É normal notar-se um aumento do interesse por serviços de Disaster Recovery depois de acontecer alguma catástrofe - 11 de Setembro ou as recentes cheias na Europa, são com certeza bons exemplos... O interesse manifestado acaba depois por se transformar em contratos ou nem por isso?

P.M.:
Há de facto uma maior consciência que algo imprevisto possa suceder após determinado tipo de acontecimentos, tais como o 11 de Setembro. Estes factores têm conduzido nos últimos 12 meses a uma aceleração do número de contratos assinados.



TeK: Como definiria, de forma simples, o Disaster Recovery?

P.M.:
Antes de mais, estar pronto para dar resposta a algo que se espera nunca venha a acontecer... apesar dos acontecimentos dos últimos tempos comprovarem que de facto acontecem.



Patrícia Calé