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A subsidiária portuguesa da BMC
Software
, que opera no mercado nacional desde 1999, pretende mudar de
estratégia de negócio. Após ter surgido activamente na área dos servidores
de grande porte e das grandes contas na banca, nos seguros e na
administração pública, procura agora enveredar pelos sistemas distribuídos,
iniciando a sua primeira abordagem às PMEs.


O compromisso assenta na implementação de soluções escaláveis à medida do
seu crescimento e da sua capacidade económica, assim como na satisfação do
cliente.

O Tek falou com José Silva Pinto, director geral da BMC Software Portugal
para esclarecer a razão da recente alteração de filosofia de actuação e
conhecer alguns planos para o futuro daquela sucursal.

TeK: A BMC Software Portugal tem pautado a sua actividade pelos
sucessivos acordos de parcerias. Até que ponto pensa que esse factor
contribui para o sucesso de uma empresa?

José Silva Pinto: As parcerias são cada vez mais importantes tendo
em conta o fornecimento de soluções para a satisfação de um número maior de
clientes. A ideia é juntarmo-nos a parceiros que adicionem valor às nossas
aplicações, talvez por isso temos programas para a grande e média empresa,
nomeadamente gestão de ERPs, de bases de dados, de segurança e de
infra-estruturas tecnológicas, sempre com uma visão de negócio, que permita
incluir os não informáticos, os clientes internos e externos.

A questão é fomentar as mais valias nas várias áreas de negócio das empresas
e incluir nessa onda de renovação todos os seus funcionários. Se com o nosso
esforço contribuirmos para facilitar a vida às organizações, dada a sua
complexidade e a agressividade existente no mercado...então cumprimos a
nossa missão.

TeK: De que modo avalia a performance da BMC Portugal face à recessão
económica e em relação à concorrência?

J.S.P.: A nível local temos sentido algumas restrições e indecisão
quanto a novos investimentos. As companhias estão preocupadas em reduzir os
custos, em esperar para ver o que acontece do outro lado do
Atlântico.

Na BMC (nós e os nossos parceiros) estamos esperançados de chegarmos a
acordo, fechando os negócios que temos em curso e em realizar os nossos
objectivos. Na nossa sucursal pretendemos situar as nossas receitas, entre o
1,8 e os 2 milhões de contos, até Março de 2002.

O que nos distingue da concorrência é o empenho, a qualidade de serviço, os
melhores técnicos na implementação de tecnologias de ponta que correm em
inúmeras infra-estruturas como arquitecturas abertas que envolvam
mainframes, Unix, Windows, Linux, entre outros.

O nosso segredo é uma única consola (Enterprise Console Management) na qual
podemos integrar todos os eventos de diversas proveniências, fazendo com que
as empresas possam actuar e gerir os seus ambientes tecnológicos e a
disponibilidade do seu negócio.

TeK: Em que medida a segurança e a privacidade são algumas das
preocupações da BMC Software?

J.S.P. : Penso que as organizações estão cada vez mais conscientes da
importância dessas soluções para manter a qualidade de serviço, tal como na
obtenção de uma maturidade tecnológica semelhante à das suas congéneres no
estrangeiro.

As áreas da segurança e da privacidade possuem um incremento extraordinário
no mundo digital do e-business e mesmo do comércio electrónico, que
exigirão muito a nível de armazenamento, de metodologias e processos de
qualidade. Escolhemos já parceiros locais com quem trabalhamos nesses
domínios como é o caso da Cesce (distribuidor em Portugal da Hitachi,
Storage Tek), para complementar as nossas soluções de armazenamento e a Sia
que se encarrega da segurança, mas não podemos esquecer também a Novabase a
WhateverNet, a Compaq e a Sun, já a um nível mais alargado. Com a Microsoft
temos uma parceria a nível internacional no desenvolvimento de código de
aplicações, mas é uma das relações que gostaríamos de vir a desenvolver de
forma mais efectiva em Portugal.

TeK: Quais as expectativas da BMC Software para o futuro, no que diz
respeito ao mercado português?

J.S.P. : A BMC gostaria de ser vista nos sistemas distribuídos, em
termos de credibilidade, como é considerada a nível do mainframe,
onde é uma referência. Um projecto quando chega ao fim e corre bem dá-nos a
certeza de que se o cliente ficar satisfeito, teremos muitas mais hipóteses
de angariar mais clientes: o nosso investimento passa também pelas
pessoas.

O nosso alvo preferencial será, a partir de agora, o mercado das PMEs que
permitirá difundir as nossas aplicações com base em infra-estruturas
descentralizadas, nas quais se poderá integrar um conjunto de módulos à
escolha dos clientes. Temos soluções escaláveis para todos os departamentos
de uma organização, que podem nascer pequeninas e crescer à medida. Os
nossos consultores podem ir planeando o investimento, tudo é aproveitado e
isso, nos dias de hoje, é extremamente importante.

Dulce Mourato