Clusters de Inovação

Por Francisco Jaime Quesado (*)

Realizou-se recentemente no Porto um Grande Evento sobre Polos e Clusters de Inovação. O Programa dos Polos e Clusters de Inovação, estratégico para o desenvolvimento do país constitui uma aposta central na aplicação de um novo Modelo Estratégico para a Economia Portuguesa. Em tempo de profunda crise internacional, com a maior parte dos sectores de atividade confrontados com falta de perspetivas de recuperação, a dinamização deste Projeto é essencial. Os Polos e Clusters de Inovação, como projetos integrados de base regional, acabam por ser um importante teste à capacidade de encontrar novas soluções associadas à Inovação e Conhecimento, criando condições para uma nova aposta para o futuro. São por isso um grande desafio para 2012.

Os atores económicos e sociais (Municípios, Universidades, Associações Empresariais, entre outros) na apresentação de soluções estratégicas para os Polos de Competitividade acabaram por ser uma surpresa positiva. Desde o Health Cluster ao Automóvel e às TIC, entre outros, todos os protagonistas do conhecimento vieram a jogo. Trata-se dum movimento de "aglomeração de base" da sociedade civil, numa lógica de "eficiência coletiva" em que a capacidade regional de afirmar capacidades numa lógica mais global vem ao de cima. Os objetivos estratégicos dos Polos e Clusters de Inovação são claramente um exemplo de exame à capacidade efetiva dos territórios de "agarrarem" o desafio da Competitividade duma forma estruturada e coerente.

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O sucesso dos Polos e Clusters de Inovação é fundamental para o futuro do país. É um objetivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a sociedade civil agarre de forma convicta este desígnio e faça da criação destas "Novas Plataformas de Competitividade" a verdadeira aposta estratégica coletiva para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assunção por parte do país dum verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico. Inovação, Conhecimento e Criatividade são as palavras-chave de uma estratégia centrada na criação de valor Global com efeito no Emprego e Riqueza.

O papel do Investimento Direto Estrangeiro de Inovação, articulado com Universidades e outros Centros de Competência, vai ser decisivo nesta área e ao Estado caberá a inelutável missão de regular com rigor e sentido estratégico. Mas a chave do segredo estará na capacidade local de fazer a diferença. Os Atores da Competitividade (Municípios, Universidades, Associações Empresariais) terão que saber desenvolver um verdadeiro "pacto estratégico" para o futuro do seu território. E as opções terão que ser claramente assumidas. Por isso, impõe-se que rapidamente este Projeto Estratégico passe para a Agenda da Competitividade e Crescimento.

(*) Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico