Compromisso com Interoperabilidade

Por Marcos Santos *

O crescente número de fornecedores e soluções que surgem no mercado, a complexidade e heterogeneidade dos sistemas que compõe as organizações, faz com que o tema da interoperabilidade tenha ganho uma importância crescente. Basta olhar para a quantidade de software e hardware que está a ser utilizado, desde as mais pequenas até às maiores organizações em todo o mundo.

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A Interoperabilidade é um conceito simples, mas a sua implementação pode ser complexa. A sua definição mais simples é ligar pessoas, dados e diferentes sistemas.

Os fornecedores de hardware e software, conscientes desta realidade, têm feito múltiplos acordos com parceiros e concorrentes, para que no final do dia o grande beneficiado seja o "utilizador" dessas soluções. Basta escrever num motor de pesquisa a palavra interoperabilidade ou acordo, acrescentar alguns nomes como a SAP, SUN, Microsoft, Oracle ou IBM, e os resultados não deixam qualquer dúvida. Eu chamo-lhe "coopetição" e considero que serão este tipo de acordos que irão assegurar uma maior interoperabilidade entre os fornecedores. Parceiros numas áreas, concorrentes noutras. Parece-me ser uma boa forma de assegurar a inovação e interoperabilidade.

Em Portugal, a interoperabilidade é um tópico importante, apesar de considerar que ainda não existe um interesse forte sobre o tema que mobilize os utilizadores e fornecedores locais. Esta é apenas uma percepção pessoal baseada no reduzido número de iniciativas (eventos, debates, artigos de imprensa) sobre o tema. Quando digo que é um tópico importante, deve-se ao facto de, ao falar com responsáveis das organizações nacionais, o tema vem sempre à conversa: tenho um sistema A e queria "interoperar" com sistema B.

Feito o contexto, aproveito para fazer o ponto de situação relativo ao reforço do compromisso da Microsoft na área da Interoperabilidade, anunciado no dia 21 de Fevereiro de 2008. Foi um marco importante, onde foram anunciados diversos avanços relativos à política de partilha de documentação, dos seus protocolos, do seu compromisso com as normas e com a portabilidade de dados entre diferentes sistemas. Passaram 7 meses e muitos anúncios foram feitos com diferentes organizações, com medidas concretas e acções já implementadas.

Se recuarmos um pouco no tempo, verificamos que os anúncios de interoperabilidade da Microsoft já têm "barbas". Inicialmente, os acordos foram feitos com os principais fornecedores de software e hardware. Mais recentemente, com o fenómeno do open source e com a grande quantidade de soluções open source que funcionam no sistema operativos Windows e interagem com software Microsoft, fazia todo o sentido conseguir a mesma abordagem com estes fornecedores. E foi esse o desafio lançado a alguns deles, que resultou nas parcerias com a Novell, Zend, SugarCRM, Mozila, entre outros.

Destes últimos 7 meses, destaco dois aspectos: o reforço do acordo com a Novell e a primeira contribuição da Microsoft num projecto open source. Nos próximos artigos, vou procurar desenvolver estes temas com maior detalhe.

E em Portugal? A nível local, duas organizações da Administração Pública estão já a beneficiar do acordo Microsoft-Novell. Estas organizações já beneficiam da parceria técnica, comercial e da protecção sobre a propriedade intelectual. Ainda no sector da Administração Pública, um conjunto de fornecedores (Novell, Microsoft, SUN, Toshiba) participaram no evento "Interoperabilidade nos Documentos Digitais", organizado em conjunto com o Plano Tecnológico e com a Agência para a Modernização Administrativa.

Transportando a sua parceria internacional para Portugal, a Microsoft foi também uma das participantes do evento SugarCRM em Portugal. Outras iniciativas estão a ser preparadas para que empresas nacionais possam beneficiar destes acordos internacionais. Aguardemos novidades!

Por fim, não posso deixar de sublinhar que, nesta área da interoperabilidade, encaro o futuro com optimismo, já que, tendo em conta a natureza competitiva do mercado, estamos a conseguir dar passos importantes nesta área. Os próximos capítulos serão emocionantes...

* responsável pela Estratégia de Plataformas da Microsoft em Portugal