Novo Mandato Europeu terá que apostar na Inovação e Competitividade

Por uma Nova Agenda de Lisboa

Por Francisco Jaime Quesado (*)

A Europa está novamente em tempo de mudança. As mudanças efectuadas nos diferentes Órgãos da União Europeia, representam, em tempo de profunda crise internacional, a possibilidade de uma nova resposta para o futuro. Um pouco por todos os países e também em Portugal, revêem-se estratégias, apontam-se caminhos que têm que ser escolhidos. Um tempo novo suscita novos paradigmas. A necessidade de, olhando para trás, para a realidade do que foi feito, formular novas pistas de actuação. A Estratégia de Lisboa, em tempo de adaptação aos novos tempos, tem também que reflectir o imperativo destes ajustamentos. Por isso, dúvidas não restam: está na altura de duma vez por todas se conseguir implementar a Estratégia de Lisboa e com isso contribuir de forma decisiva para uma Europa Nova.

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A "ideia" do desígnio formulado em Março de 2000 em Lisboa é essencial para o futuro da União Europeia. Marca o ritmo da ambição de quem quer subir de forma clara no difícil ranking da competitividade, inovação e qualificação, as novas bandeiras da liderança no Mundo. Fazer do Conhecimento a matriz estratégica duma Plataforma Secular que se quer reencontrar nas fronteiras da Modernidade é a única aposta possível para a Europa neste complexo e competitivo mundo global. Por isso importa ser claro nas opções, envolver os cidadãos nas decisões tomadas e construir uma verdadeira plataforma colaborativa permanente entre todos.

O contexto de mudança passa por algumas premissas fundamentais:

  • A estratégia decidida em Lisboa em 2000 continua a ser fundamentalmente relevante;

  • Alcançar um crescimento mais forte do PIB e da produtividade e aumentar o emprego são pré-requisitos para o sucesso. Estes objectivos não são incompatíveis, antes se reforçam mutuamente.
  • O modelo de criação de valor na maior parte dos sectores económicos na União Europeia terá que assumir um novo paradigma assente na Inovação e Criatividade;
  • A dimensão social do paradigma europeu tem que ser reinventada a partir de um Modelo Colaborativo sustentado na participação efectiva das pessoas;
  • Os Estados têm que saber assumir o seu papel de operadores de modernidade capazes de ganhar a confiança e atenção estratégica dos cidadãos;
  • O papel da Europa no contexto global passa pela redefinição de uma identidade cultural colectiva que se assuma como catalisadora numa verdadeira aliança de civilizações em processo de construção;

Há por isso um longo caminho a percorrer. Mantém-se a oportunidade do desígnio, a validade da "Ideia". Não há claramente outra alternativa. Como também não há modelos únicos. A capacidade dos actores da sociedade civil europeia protagonizarem uma atitude empreendedora na Economia Global é a chave da diferença. Na estratégia de afirmação das Cidades como espaços Dinâmicos de Criatividade, Competitividade e Coesão, na inteligência da articulação estratégia ente Empresas e Centros de Saber na procura de novas soluções para o mercado, estará a capacidade da União Europeia de mostrar que sabe o que quer. De ser respeitada pelos que estão na vanguarda e pelos que querem ter a sua oportunidade.

A União Europeia não pode fugir ao desafio. A teoria da Sociedade em Rede defendida por Manuel Castells está mais do que nunca presente neste relançamento colectivo que se pretende para a Europa. É essencial reforçar níveis de cooperação, articular estratégias de actuação, partilhar apostas de criação de valor. É preciso dar ao conhecimento o seu papel central. Há um tempo novo para a "Estratégia de Lisboa". As Eleições para o Parlamento Europeu representam um novo compromisso. Uma oportunidade, única e decisiva, de construir uma Rede Global que faça do mais velho continente o admirável mundo novo onde vale a pena viver.

(*) Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

Nota: Esta opinião foi originalmente publicada no site Criar 2009 no âmbito de uma discussão pública sobre a matéria.

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