http://imgs.sapo.pt/gfx/302529.gifA braços com três linhas de produtos, um ambicioso projecto de fusão de software que deverá ocupar as equipas de engenheiros mais cinco ou seis anos e a integração da sua mais recente aquisição, a Oracle está também apostada em reforçar a sua presença no mercado de PMEs. O objectivo é global mas a sua operacionalização é diferente na Europa e nos Estados Unidos.



No velho continente a estratégia da empresa é conduzida por Juan F. Rada, um chileno que se juntou à empresa em 1998 e assume hoje o comando da operação na região EMEA. O TeK falou com o responsável para saber qual o espaço reservado às PMEs na nova organização da Oracle, já depois da empresa anunciar uma reforço da aposta na marca JD Edwards, enquanto brand por excelência para o mercado europeu de pequenas e médias empresas.



Percebemos que a empresa está empenhada em manter acesa a luta com a alemã SAP ao mais alto nível, mas está também cada vez mais interessada em que a sua oferta chegue a novas franjas do mercado, como aliás, também vem fazendo a concorrente.


TeK: Pode detalhar um pouco melhor a estratégia da Oracle para o mercado de pequenas e médias empresas na Europa, através dos produtos da JD Edwards?

Ruan Rada:
A nossa estratégia é dinamizar a divulgação do portfólio de produtos junto de novos clientes e também trabalhar junto da base instalada. Se olharmos para a JD Edwards percebemos já hoje que tem uma boa base instalada em Itália, Espanha Reino Unido e um pouco também em Portugal.



TeK: Quantos clientes têm na Europa?

J.D.:
Em termos globais temos 1200 clientes da JD na Europa, mas queremos crescer e avançar com maior persistência em algumas indústrias específicas. Para o conseguir decidimos revitalizar o brand - que estava praticamente diluído no da PeopleSoft - e a rede de parcerias. Vamos vender as soluções da JD Edwards lado a lado com a E-Business Suite Special Edition, uma solução de ERP pré-configurada, e dirigir cada uma aos seus mercados específicos. No caso da JD os mercados alvo são por exemplo manufacturing e distribuição.



TeK: Qual a vossa expectativa em termos de quota de mercado, já que se preparam para reforçar a aposta no segmento?

J.R.:
A intenção é que toda a nossa solução para o mercado de pequenas e médias empresas seja líder nesse segmento. Essa é a nossa ambição.



TeK: Actualmente qual é a quota de mercado da Oracle nas PMEs?

J.R.:
Na verdade acreditamos que hoje já somos o número um em termos de solução de software de negócio completa nesse mercado e por isso achamos que a questão é trabalhar e consolidar essa posição, que se pensamos não é assim tão surpreendente. Se analisar percebe que a nossa concorrente SAP tem uma forte presença em mercados como a banca, ou a indústria automóvel, mas depois não é assim tão forte junto dos pequenos negócios, área onde empresas como a JD Edwards conseguem penetrar melhor. É por termos essa consciência que no próximo ano contamos levar a cabo um conjunto alargado de iniciativas nesta área.



TeK: Tais como?

J.R.:
Pretendemos criar uma organização muito mais focada neste segmento de PMEs.



TeK: Como planeiam fazer isso?

J.R.:
O que pretendemos fazer é dinamizar o programa de parceiros, incluindo programas de formação e certificação mais rápidos e melhorar a nossa capacidade para responder às exigências de determinadas indústrias que consideramos estratégicas.



TeK: No mercado de aplicações, em geral, a SAP é um competidor muito forte. Que armas têm para lutar contra este concorrente?

J.R.:
É bom dizer que há muitos segmentos onde somos já hoje mais fortes que a SAP, como nas telecomunicações, no sector público e acredito que em pouco tempo também no sector da banca.



TeK: Definiram prioridades em termos de sectores?

J.R.:
Sim e isso pode perceber-se mesmo pela batalha que recentemente travámos com a SAP para adquirir a Retek, que é um empresa dedicada a um mercado vertical, que se especializou e tem hoje uma posição forte no seu nicho.



TeK: Na Europa a Retek tem muitos clientes?

J.R.:
Tem alguns, sobretudo no Reino Unido, Itália, França e mesmo em Portugal.



TeK: Como correm os negócios da Oracle nos mercados do leste da Europa?

J.R.:
Estamos a crescer bastante na área de aplicações nessa zona. Sobretudo na Rússia temos a clara percepção que o país se está a modernizar e a apostar na substituição e actualização das suas infra-estruturas.



Cristina A. Ferreira, em Londres a convite da Oracle