Jorge Reto, director regional para a Europa do Sul, Médio Oriente e África da EMC falou com o TeK sobre a aquisição recente da ConfigureSoft, o impacto do negócio na vida da empresa e no mercado português. Também explica as prioridades estratégicas do Resource Management Software Group que dirige na região e os desafios para a gestão do negócio em tempo de crise. Publicamos a conversa dias depois da concretização de mais um negócio de aquisição, sobre a Data Domain.

Jorge Reto: A EMC anunciou recentemente a compra da ConfigureSoft. Que principais mais-valias representa este negócio para a empresa?

TeK:
Esta aquisição vem em linha com várias aquisições feitas nos últimos na área de IT management software, tais como a Smarts, Nlayers, Voyence, Infra… e também em linha com o investimento estratégico que a EMC decidiu fazer em 2009, no desenvolvimento de novas soluções e o reforço das equipas regionais e nacionais (onde estamos a fazer várias contratações). Todo este conjunto de investimentos demonstra que estamos a apostar forte no software de gestão de infra-estruturas e que iremos ser um dos futuros líderes deste mercado.
O mercado de software de IT management é um dos que tem maior crescimento previsto para este ano e para os próximos (perto de 60% ao ano) e é fundamental na estratégia dos nossos clientes, que passa por redução de custos operacionais e optimização dos recursos já existentes.
Por todas estas razões, as mais-valias desta aquisição são significativas e claras, porque permitem-nos trabalhar em mais uma das áreas de foco dos nossos clientes, neste caso concreto, na gestão de servidores, aumento de produtividade e níveis de "compliance" dos mesmos.

[caption]Jorge Reto, EMC[/caption]

J.R.: Em termos de produto que alterações o negócio pode produzir?
TeK:
Como é hábito da EMC, nas aquisições efectuadas as engenharias de produto irão ser consolidadas com as existentes, permitindo desenvolver futuras releases do software integradas com outras soluções da EMC. Não é possível neste momento indicar que novos produtos irão ser desenvolvidos, mas temos exemplos recentes, como por exemplo, a integração do Voyence Control, ferramenta de gestão de configurações de redes que actualmente se integra com as soluções de segurança da EMC/RSA permitindo uma detecção de quebra de segurança ao nível da rede e imediatamente efectuar as devidas correcções necessárias na rede de forma totalmente automática. Outro exemplo é a perfeita integração de soluções de route cause analyses em ambientes VMware, onde o cliente poderá saber exactamente onde está o problema físico que afecta determinado servidor virtual e aplicação por si suportada. Isto é conseguido através do EMC Smarts Server Manager que foi lançado no início deste ano.

J.R.: Em Portugal o negócio terá impacto relevante?
TeK:
A Configuresoft não tinha qualquer estrutura directa a trabalhar em Portugal, pelo que considero que esta aquisição, em particular ao nível de recursos humanos, não terá qualquer impacto. No entanto irá reforçar um portfólio bastante vasto que já temos, e fortalecer a estratégia que começamos a executar no início do ano. O impacto mais visível em Portugal será o da estratégia global que estamos a implementar para a área de IT managment.

J.R.: Dirige na EMC a área que integra as soluções de Resource Managment que, como o próprio grupo define, é uma das suas linhas de negócio com maior potencial. No sentido de explorar esse potencial quais são as grandes linhas estratégicas para este ano, tendo em conta as limitações das empresas e o controlo orçamental?
TeK:
Queremos ser líderes no mercado de IT Managment dentro de poucos anos. Há um grande potencial de crescimento. E acima de tudo, neste momento, estamos focados em criar as estruturas de recursos humanos necessárias nas várias regiões e países. Estrutura de pessoas a todos os níveis, vendas, pré-vendas, serviços profissionais, para poder potenciar essa liderança e, principalmente, estarmos preparados para o futuro.
Num período de crise estamos a investir fortemente nesta área porque acreditamos que vai ser uma alavanca para o nosso crescimento e a EMC sairá reforçada da crise económica com a aposta em mercados como este. Por outro lado, os clientes estão cada vez mais interessados nas nossas soluções, e as limitações que refere são exactamente a motivação desse interesse. Hoje em dia os responsáveis de IT, CIO's, CEO's, todos sabem que ser eficientes não é o mesmo que simplesmente reduzir recursos indiscriminadamente.
Temos um mercado maduro em Portugal com profissionais competentes e que fizeram muitos investimentos nos últimos anos. Chegou a hora de optimizar esses investimentos e demonstrar que são válidos para ajudar as necessidades de negócios das empresas, o que só se consegue com consciência das infra-estruturas existentes, análise das dependências dos vários recursos e eficaz gestão dos mesmos.