Rui Fontoura, CEO Da Saphety, falou com o TeK e fez um balanço da atividade da empresa portuguesa no último ano. No centro da conversa esteve a aposta cada vez mais vincada no mercado internacional, que em 2013 continuará a ser determinante.



O responsável também resumiu as principais novidades apresentadas pela tecnológica nacional, especialista em soluções desmaterialização e automatização de processos, apresentadas em novembro durante a conferência anual Saphety.

TeK: Na entrevista que fizemos por altura do evento anual da Saphety no ano passado dizia-me que em 2012 uma das apostas centrais da empresa seria o mercado internacional. Confirmou-se, o peso dos mercados externos na vossa atividade aumentou?

Rui Fontoura:
Sim, confirmou-se. Neste momento já ultrapassa os 15% do nosso volume de negócios e queremos finalizar o ano nos 20% e manter um crescimento sólido nos mercados em que já estamos mas também em novos mercados que estamos a ver com grande potencial, nomeadamente na América Latina e África.



TeK: Na mesma altura a Saphethy trabalhava já mais de 15 mercados. Essa maior aposta nos mercados internacionais consolidou a presença nos locais onde já estavam ou permitiu chegar a outros?

Rui Fontoura:
Por um lado consolidou a nossa presença nos mercados onde já atuávamos (por exemplo na Suécia) e por outro lado permitiu-nos chegar a outros, como por exemplo a Islândia. Em 2013 vamos fazer uma grande aposta direta ou indireta no mercado da América do Sul.



TeK: A abertura de escritórios noutros países não chegou a avançar? Porquê?

Rui Fontoura:
Tem-se atrasado mais por questões burocráticas locais do que por disponibilidade de investimento e interesse dos mercados em si. Já temos uma presença singular na Suécia via GS1 Suécia onde queremos reforçar a aposta. Queremos entrar, juntamente com as restantes empresas da SSI (Mainroad, WeDo Technologies, e Bizdirect) em Angola. No Brasil e outros países da América do Sul, acredito que teremos essa possibilidade muito em breve, com destaque para países onde a faturação eletrónica é obrigatória.

[caption]Rui Fontoura - Saphety[/caption]

TeK: E no mercado interno, mesmo tendo em conta que as vossas soluções são muito focadas na optimização, tem sido possível manter o negócio ao nível de anos anteriores? Empresas e AP continuam a investir?

Rui Fontoura:
Pelo tipo de soluções que temos, acredito que conseguiremos fechar o ano a crescer a dois dígitos. Temos um tipo de solução que permite às empresas os dois elementos mais fundamentais neste momento do mercado, por um lado um grande controlo financeiro e por outra informação disponível onde e quando precisam de praticamente todas as suas compras e despesas. Temos sentido uma diminuição clara no nível de negócio na administração pública, mas as nossas soluções continuam com um nível elevado de aceitação no mercado, nomeadamente nas PME's.



TeK: Este mês apresentaram um conjunto de novidades. Há alguma que tenha um impacto mais relevante junto dos clientes?

Rui Fontoura:
É difícil destacar alguma porque todas ajudam o mercado de diferentes maneiras. A principal será sem dúvida a nova plataforma de faturação eletrónica (SaphetyDoc) que passa agora a integrar um cockpit ou interface SAP para gestão das faturas, alargamento do serviço a guias de remessa e um alerta de negócios que regista na aplicação oportunidades de negócio e concursos disponíveis no mercado para cada cliente.
Acrescentámos desde já a possibilidade de pagamentos eletrónicos com o Millennium BCP e o acesso automático às faturas, para além do desenvolvimento de uma plataforma para o pagamento de faturas ainda mais intuitiva, novidades que vão ser alargadas a utilizadores de versões anteriores. Seguindo a tendência do mercado de TI de mobilidade, lançámos também a versão móvel do Saphety, a qual permite consultar toda a faturação em curso na organização em segurança e com poucos cliques em smartphones e tablets. A plataforma terá também a possibilidade de integrar com o Google Maps na página de entrada, facilitando a posição geográfica da empresa durante o registo.
Iremos também lançar brevemente o add-on de Descontos Dinâmicos que se foca no premiar de parceiros com a antecipação de pagamentos pré-definida contratualmente, que funciona sobre a solução global de faturação eletrónica SaphetyDoc, muito solicitada na área do grande consumo e retalho. Por acréscimo, estamos a lançar a Comunidade Saphety, portal que junta todos os seus clientes e fornecedores no espaço comum SaphetyDoc.
Esta permite simplificar a partilha de documentos por via eletrónica, numa aproximação ao atual conceito das redes sociais. Os elementos da comunidade poderão fazer pesquisa e exportação de contatos de empresas e parceiros de negócio utilizadores do SaphetyDoc, funcionando este serviço como um Business Card.
Cada utilizador terá um perfil de acesso, que lhe garante a possibilidade de pedir e aceitar ligações, criar e receber documentos das empresas (com a novidade de que cada empresa tem ainda a possibilidade de poder registar os utilizadores que necessitar) e partilhar o seu e-invoicing com a Autoridade Tributária, numa segunda fase.



TeK: O caminho das parcerias (como a que anunciaram com o BCP) é para continuar? Estão a trabalhar em parcerias com outras empresas para esta ou outras áreas?

Rui Fontoura:
Sim. A nossa missão está na massificação da fatura eletrónica. Queremos cada vez mais organizações e utilizadores a recorrerem a este método cada vez mais seguro, fiável, económico e amigo do ambiente. Continuamos num grande estreitamento de relações com a banca, com a administração pública central e local, entidades fiscalizadoras e associações de sectores verticais. Estamos a trabalhar afincadamente por exemplo no desenvolvimento de um solução para o documento único no sector dos transportes, que permita aos transportadores pouparem muito dinheiro, controlando melhor as suas cargas, e ao mesmo tempo às autoridades terem um controlo mais rápido e eficiente das cargas e veículos em circulação.



TeK: Estamos perto do fim do ano. Quais são as expectativas para 2013 a nível de mercado interno e externo?

Rui Fontoura:
Seguramente que 2013 será um ano extremamente difícil no mercado nacional. As nossas perspetivas de crescimento em Portugal são baixas, pelo que apostamos claramente no mercado internacional. Selecionámos países onde acreditamos que as nossas soluções serão bem aceites e onde a economia está numa fase de crescimento, nomeadamente na América do Sul.



TeK: Estão a preparar o lançamento de novos produtos para o próximo ano? Em termos de estrutura de desenvolvimento de novos produtos como se organizam?

Rui Fontoura:
Na Saphety estamos permanentemente a evoluir as nossas soluções e a investir na inovação. Em 2013 iremos continuar a apostar nas componentes "Mobile" e em ferramentas que permitam a massificação na nossa oferta. Temos uma equipa de gestão de oferta que prepara todo o roadmap de desenvolvimento, que é depois executado pela equipa técnica. Estamos permanentemente atentos às tendências do mercado e às necessidades das empresas, procurando encontrar soluções que aumentem a sua produtividade e diminuam os seus custos.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira