Com mais de 90% do negócio ligado à implementação SAP, a Ábaco tem vindo a apostar em novas áreas, uma aposta que é para continuar. Acontece o mesmo com a orientação para a internacionalização, onde o Brasil assume um papel central.



Em 2014 a tecnológica portuguesa cresceu 25% em vendas, números que João Moreira considera um indicador de que as TIC já não são uma das primeiras áreas a considerar quando as empresas têm de racionalizar investimentos.



O gestor também defende que há uma alteração no padrão de investimento e no tipo de projetos que as empresas abraçam, tanto em Portugal como fora. Áreas como a cloud e a analítica têm vindo a ganhar destaque e vão consolidar essa relevância em 2015.


TeK: Num ano marcado pela ginástica orçamental das empresas, que balanço fazem do investimento TI em Portugal nas áreas a que dedicam a vossa atividade?

João Moreira:
A ginástica orçamental das empresas foi uma realidade em todos os sectores de atividade. No entanto, talvez pelo facto das empresas estarem hoje em dia mais despertas para a importância das TI para a sua competitividade, o seu investimento ter-se-á mantido em linha com o dos anos anteriores.
É em alturas como esta que se torna imperativo demonstrar ao mercado os impactos positivos de investimentos em TI, investimentos esses que proporcionam impactos estratégicos em cada negócio, melhorando os processos de gestão e ajudando no crescimento organizacional de cada empresa. E tem sido exatamente essa a política da Ábaco: demonstrar que bons sistemas de gestão contribuem para uma melhor operação das empresas. A nível interno, inclusivamente, alcançamos no ano passado um crescimento de vendas de cerca de 25%, o que vem reforçar a ideia de que os nossos clientes têm estado mais sensibilizados para a necessidade de acompanhar estas tendências, para não ter tornarem obsoletas nos seus processos.

TeK: Para 2015 espera-se um crescimento do investimento em TI. Nas intenções das empresas vossas clientes já sentem isso? Que áreas serão privilegiadas por essa maior disponibilidade para investir e que impactos esperam daí para o vosso negócio?
João Moreira:Acreditamos profundamente que haverá um crescimento do investimento em TI e que representará mais de 5% das receitas nesta área. Temos vindo a verificar, sobretudo a nível internacional, uma alteração no padrão de investimento em projetos de diferentes escalas. As empresas têm procurado soluções centradas em caraterísticas como a analytics e Cloud Computing. Estas são para nós as áreas que conhecerão maior desenvolvimento em 2015.

TeK: Entre áreas que se destacam nas TIC cabem a cloud, a analítica e a mobilidade. De alguma forma a emergência destas áreas tem mudado o vosso negócio - a forma como abordam as empresas ou o desenvolvimento próprio de soluções?
João Moreira:
Não diria que estas novas realidades empresariais mudaram a nossa oferta, no entanto tiveram uma influência interessante para nos ajudar a direcionar melhor a nossa oferta para todos os nossos atuais e potenciais Clientes. A Cloud, a analítica e a mobilidade são áreas que abrangemos com recurso às soluções que desenvolvemos e implementamos de forma personalizada dado que uma das principais caraterísticas da tecnologia SAP é a versatilidade e aplicabilidade a diversos negócios.

A implementação de soluções SAP representa grande parte da vossa operação, já agora quanto? Fora disso, quais são as principais apostas ou planos para o futuro?
João Moreira:
O desenvolvimento e implementação de soluções baseadas nesta tecnologia são uma grande fatia da nossa atividade, uma vez que, somos uma das poucas empresas portuguesas com a certificação SAP Gold Partner. Atualmente, as implementações SAP, representam cerca de 95% da nossa atividade nacional e internacional. No entanto, a Ábaco já não é apenas uma empresa implementadora de soluções SAP, mas adicionalmente, desenvolvemos - através da nossa linha de negócios EDGE - soluções próprias, com o objetivo de agilizar e dinamizar processos empresariais e relações com clientes.

TeK: A internacionalização tem sido uma aposta importante da Abaco. Representa quanto no vosso negócio, em termos de faturação?
João Moreira:
A internacionalização é um dos principais pilares de desenvolvimento do negócio da Ábaco Consultores. A empresa apostou de forma consistente no mercado brasileiro, tendo atualmente escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo, no entanto tem vindo a encetar diversas acções de prospeção nos países de Língua Portuguesa, sendo que, atualmente o Brasil já representa cerca de 39% do volume global de negócios da empresa. A nossa expectativa é que o valor cresça em 2015 não só no Brasil, mas também nas outras geografias em que estamos presentes para continuarmos a aumentar o peso das exportações na facturação da empresa.

TEK: Que outras geografias estão a considerar? E no Brasil o que vão fazer para crescer mais?

João Moreira:
Os países de língua portuguesa, em especial o Brasil, serão alvo de atenção redobrada no próximo ano. Relativamente a este último esperamos conseguir consolidar a nossa operação com a continuação do crescimento já registado, e já referido, mas também esperamos o crescimento noutros mercados africanos e europeus para os quais encetamos ações comerciais. A nível europeu, a Ábaco Consultores, angariou na Lituânia o projeto de conversão do sistema LIT para EUR junto dos ministérios das Alfândegas e Segurança Social. Adicionalmente, a presença da Ábaco em projetos internacionais relevantes tem sido uma constante.

TeK: A Ábaco concretiza parte importante da sua atividade nos sectores do têxtil, vestuário e calçado. São sectores tradicionais que se renovaram e que têm algumas histórias de sucesso interessantes. O investimento em TIC tem sido um suporte para essa transformação? Diria que estas indústrias são ousadas em investir em tecnologia? Em que medida?
João Moreira:
Além do sector referido, a Ábaco tem também uma importante fatia da sua atividade no sector de Engenharia & Construção. Falando concretamente dos sectores têxtil, vestuário e calçado, estes são, por norma, sectores tradicionais e mais fechados às Tecnologias de Informação. Contudo, nos últimos anos, verificou-se uma alteração no padrão de comportamento das empresas que atuam nestes mercados em virtude da necessidade de internacionalizar o seu negócio e vender mais. Pela experiência da Ábaco Consultores nestes mercados, acreditamos que o seu investimento em TI tem sido fulcral pois permitiu não só melhorar todos os processos produtivos das empresas, tornando-as mais rápidas e eficazes, como também - e consequentemente - aumentar as suas vendas. Não acreditamos que investir em tecnologia seja uma ousadia, muito menos para negócios que são tradicionais, como é o caso destes sectores. É, pelo contrário, uma evolução natural na sua forma de gestão, num mercado em constante transformação, sendo que a tecnologia que tem vindo a ser aplicada nestas empresas tem como único objetivo "abrir" novas portas a negócios que não crescer se não fosse o recurso a elas.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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